A desnutrição no País diminuiu. É o que revela o perfil nutricional e alimentar apresentado pelo Ministério da Saúde nessa quarta-feira. Na Região Nordeste, onde o problema era mais grave, caiu de 8,3%, há 10 anos, para 5,4% em 2003, quando foi feito o último levantamento. Apesar da boa notícia, outro fator preocupa: o excesso de peso dos brasileiros. O aumento foi mais expressivo entre os adolescentes do sexo masculino. Em 1989, 8,3% estavam acima do peso. Em 2003, o índice subiu para 18%. Foi revelado, ainda, que o arroz com feijão perdeu importância na dieta dos brasileiros, dando lugar a produtos industrializados. Nas últimas três décadas, o consumo desses alientos cresceu 400%. A coordenadora da Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcellos, explica o porquê.

"O impacto da globalização é muito grande. Se a gente analisar o perfil dos países, a gente vai ver que, mesmo entre países de baixa, média e alta renda, a alimentação não é muito diferente. Muda a quantidade, muda a qualidade de alguns produtos, mas a gente tem o mesmo padrão de comida fora de casa, de produtos prontos, a gente não tem tempo mais de fazer as refeições, de preparar essas refeições. Então, a gente acaba trocando por coisas que são fáceis de fazer, de preparar, mas que, ao mesmo tempo vêm trazendo um prejuízo para a saúde, para o estado nutricional da população."

Entre as principais ações da política nacional voltada para o setor estão a promoção da alimentação saudável na escolas, o apoio à regulamentação da publicidade de alimentos, o pacto so cial para redução do teor de sódio nos produtos e o lançamento do Guia Alimentar para a População Brasileira.

De Brasília, Eline Santos