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Pé de cedro símbolo de Coxim foi removido ontem

Ângela Kempfer, Campo Grande News - 09 de abril de 2009 - 09:21

Zacarias Mourão, morto em 1989. Divulgação
Zacarias Mourão, morto em 1989. Divulgação

A prefeitura de Coxim fez na manhã de ontem a remoção do tronco da árvore mais famosa de Mato Grosso do Sul, transformada em símbolo do município pela música de Zacarias Mourão.

O tronco de pé de cedro caiu durante tempestade em 2006, e às 8h a Fundação Professora Clarice Rondon de Cultura, Desporto e Lazer de Coxim fez a remoção para o parque temático da cidade, na Avenida Márcio Lima Nantes.

Foi um evento na cidade, ato marcado dentro da agenda de comemoração do aniversário de Coxim.

A medida foi necessária para evitar que parte da história se perca, justifica o diretor-presidente da Funrondon,

Ivanildo José da Silva. “Há mais de dois anos este tronco está caído tomando sol e chuva. Entendemos o valor histórico que esta árvore tem para o município de Coxim e por isso levaremos ao parque temático com o intuito de realizar tratamentos para a conservação do tronco e posteriormente, juntamente com o conselho municipal de cultura ver qual a melhor destinação para ele”.



Leia matéria publicada pelo Campo Grande News em 2006, falando a respeito do compositor e da música


Obra revela Tió, o autor de "pé de cedro"
Quarta-feira, 19 de Abril de 2006 17:03 Reportar erro
Marina Miranda


‘Foi no belo Mato Grosso, há 20 anos atrás.
Naquele tempo querido que não volta nunca mais.
Nas matas onde eu caçava, um pequeno arbusto achei.
Levando para minha casa, no meu quintal o plantei.
Era belo o pé de cedro, pequenino, em formação’.**

Pé de Cedro foi a música que consagrou o produtor e compositor de Coxim (MS) Zacarias dos Santos Mourão, morto em 1989, em circunstâncias até hoje misteriosas. Na canção, uma história que envolve amor e saudade, o compositor traça um paralelo entre o pé de cedro e a amada. Até hoje, a árvore que o inspirou, está plantada do Museu Municipal de Coxim.

Em 1945, moravam no local (museu) os padres franciscanos, para os quais Mourão trabalhava – ele levava os cavalos dos padres para beber água. Certa vez, ele voltou com os cavalos e o pé de cedro, que hoje tem aproximadamente 67 anos. É em homenagem a esse compositor do mundo sertanejo, o documentário Tió e a Árvore - vida e obra de Zacarias Mourão, produzido pelos jornalistas Conrado Coel, Ângela Kempfer, o produtor Rodolfo Ikeda e o cinegrafista Lyo Nakamura. O nome é uma referência à forma como os amigos o apelidaram na infância, com o nome de um pássaro típico da região.

Através de intérpretes de sua música, como Sérgio Reis, Milionário e Zé Rico, Tinoco e Amambai e Amambaí, o filme desenha o processo musical que esteve presente na vida de Mourão até sua morte.
Conforme o diretor Conrado Coel, o objeto do vídeo é mostrar a herança cultural deixada pelo compositor. “Através dos artistas que tiveram contato com ele, o vídeo mostra a realidade da cidade que recebeu sua herança cultural”, conta. “Uma cultura formada em pleno sertão do então Mato Grosso que conseguiu transcender sua própria expectativa de vida”, conta.

Mourão teve programas no rádio e na televisão, escreveu em diversas revistas especializadas no gênero sertanejo e produziu vários discos. O compositor teve diversos parceiros, entre os quais Goiá, com quem compôs "Pé de cedro", que recebeu muitas gravações. Diversos artistas gravaram composições suas. Em sua obra destacam-se as guarânias e os rasqueados da fronteira mato-grossense e paraguaia. Em 1985, regressou à sua cidade natal e passou a dedicar-se à política.

Obra: Copo na mesa (com Goiá) . Desventura (com Zé do Rancho) . Índia soberana (com Goiá) . Feitiço espanhol (com Goiá) . Flor mato-grossense . Luar de Aquidauana (com Anacleto Rosas Jr.) . O Cantar da Siriema (com Nízio) . O que passou (com Pechincha) . Pé de cedro (com Goiá). - Com informações do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

**Pé de Cedro (Zacarias Mourão)
Foi no belo Mato Grosso, há 20 anos atrás.
Naquele tempo querido que não volta nunca mais.
Nas matas onde eu caçava, um pequeno arbusto achei.
Levando para minha casa, no meu quintal o plantei.
Era belo o pé de cedro, pequenino, em formação.
Sepultei suas raízes na terra fofa do chão.
Um dia parti para longe, amei, também sofri.
Vinte anos se passaram em que distante eu vivi.
Hoje volto arrependido para o meu antigo lar,
Abatido e comovido, com vontade de chorar.
Venha ver meu pé de cedro, que está grande como o quê
Mas é menor que a saudade que hoje eu sinto de você
Cresceu como a minha mágoa, cresceu numa força rara.
Mas é menor que a saudade que até hoje nos separa.
A terra ficou molhada do pranto que eu derramei.
Que saudade pé de cedro, do tempo em que plantei.

Serviço - O vídeo será exibido nesta quarta-feira às 20h, no Bazar Central, que fica na Rua Euclides da Cunha, 1634.

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