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OIE questionou dados de vacinação e controle de bovinos

Fernanda Mathias e Aline dos Santos - Campo Grande News - 29 de maio de 2008 - 14:02

Os questionamentos do comitê técnico da OIE (Organização Internacional de Epizootias) que impediram a retomada do status de área livre de febre aftosa por Mato Grosso do Sul se baseiam principalmente na vacinação e controle dos animais na faixa de fronteira.

A OIE quer saber basicamente se o Estado tem condições de agir rápido, caso ocorram novos focos de febre aftosa. O último registro foi em outubro de 2005. Esta manhã voltou para Campo Grande a comitiva do governo estadual que esteve na Europa, onde um dos compromissos foi participar da reunião anual da OIE, em Paris.

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Campo Grande, a secretária de Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa, disse que o governo estadual vai preparar um relatório mais robusto que até o início de julho seguirá ao Ministério da Agricultura para que seja referendado e então submetido à OIE. A previsão mais otimista, afirma, é de retomar o status – que é o passe para países europeus – em julho e a menos otimista é que isso ocorra até o fim deste ano.

Um item questionado foi o índice de vacinação na área de vigilância sanitária com agulha oficial. O relatório submetido à OIE nesta semana continha o índice de vacinação de fevereiro, que foi de 70%. Porém, na campanha deste mês, segundo Tereza o índice chega ao preconizado, de 100% e esta informação será inclusa no novo material.

Outra exigência que os técnicos fizeram é que as propriedades rurais não sejam cadastradas somente nos 15 quilômetros da zona de alta vigilância, mas além deste trecho, na região de fronteira. A OIE também quer mais informações sobre o monitoramento do trânsito de animais e sobre o funcionamento do lacre. Tereza destacou que o novo relatório vai incluir informações sobre investimentos recentes, como contração de mais pessoal e aquisição de 45 veículos para defesa sanitária.

Questionada sobre o fato de o Paraná, que registrou focos de aftosa à mesma época que Mato Grosso do Sul ter recobrado o status de área livre de febre aftosa, Tereza destacou que o Estado vizinho conseguiu debelar os focos antes e que a OIE não leva em consideração a fronteira do Paraná com o Paraguai por conta da barreira natural, que é o rio Itaipu. Para ela, Mato Grosso do Sul demorou muito para eliminar a doença. Somente dois anos após a ocorrência o Estado foi considerado área livre de febre aftosa com vacinação, pelo Ministério da Agricultura.

Culpa do vizinho – O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), atribuiu as dificuldades enfrentadas pelo Estado para se reabilitar como área livre de febre aftosa às fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. Ele disse que o monitoramento na faixa de fronteira será reforçado, inclusive nos rios, com a presença da PMA (Polícia Militar Ambiental).

Alinhado com o que disse esta semana o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto, Puccinelli culpou “um ou dois técnicos” do Ministério da Agricultura que, segundo ele, “querem ensinar a Deus como fazer sanidade animal”. E emendou: “Eles não se cansam de achar problemas em Mato Grosso do Sul”.

O governador comentou que a Europa não é o único mercado potencial para o Estado. Citou como exemplo Indonésia, que deve fazer uma primeira compra de 100 mil toneladas de Mato Grosso do Sul, depois de procurar por boi gordo no Acre e ao Pará. “Mas quem tem boi gordo somos nós então eles vão ter que chorar aqui”, disse.

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