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Gasto com juros cresce mais rápido que ajuste fiscal
O Estado brasileiro vem aumentando o volume de empréstimos para pagamento de juros de sua dívida. Em 2004, foi necessário captar R$ 47 bilhões e, em 2005, R$ 63 bilhões. No ano passado, os governos federal, estaduais e municipais tiveram de ir ao mercado financeiro para conseguir quase R$ 70 bilhões.
O dinheiro foi usado para quitar o gasto com juros que não foi coberto pelo ajuste fiscal de R$ 90 bilhões feito ao longo do ano. Os dados estão em relatório divulgado hoje (31) pelo Banco Central.
O chamado refinanciamento da dívida também tem aumentado se comparado com o Produto Interno Bruto (PIB) soma de todas as riquezas produzidas pelo país.
O aumento dos gastos com juros que não são cobertos pelo ajuste fiscal tem acontecido por dois motivos. A despesa com juros da dívida subiu 25% nos últimos três anos. De R$ 128 bilhões em 2004 para R$ 160 bilhões no ano passado.
E tem crescido menos o superávit primário bloqueio de recursos para pagar os juros da dívida. O ajuste fiscal foi de R$ 81 bilhões para R$ 90 bilhões entre 2005 e 2006. Em comparação com o PIB, o ajuste foi até menor. Ficou com 4,59% do PIB em 2004 e em 4,32% no ano passado.