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Explosões marcam dia sagrado no Iraque: 124 mortos

Agência Brasil - 02 de março de 2004 - 15:34

Explosões atingiram hoje xiitas em Bagdá e Kerbala durante seu dia mais sagrado, deixando pelo menos 124 mortos. Em Kerbala foram no mínimo cinco explosões. Em Bagdá, quatro explosões atingiram a mais importante mesquita xiita local. O encarregado administrativo da Embaixada do Brasil em Bagdá, Awni Al Deiri confirma o número de mortos e diz que há centenas de feridos, muitos deles em estado grave. Xiitas celebravam a Ashura, o décimo dia do mês muçulmano de Muharram. Nesse dia, de acordo com a tradição, o imã Hussein, neto do profeta Muhammad, foi morto em uma batalha ocorrida há mais de 13 séculos.

Awni afirma que os atentados “suscitam no Iraque aquela contradição teocrática entre xiitas e sunitas, uma questão que sempre foi prevista acontecer no país: uma guerra civil". Os esforços da administração atual do país para unir xiitas e sunitas não têm dado certo porque “há contradições teocráticas absolutistas e não relativas, o que significa que uma síntese entre as duas facções é impossível”, diz Awni.

Ele ressalta que há vários interesses em jogo no país – alguns, segundo ele, querem uma guerra civil, outros querem uma democracia, enquanto há, ainda, quem lute por uma federação iraquiana. “Hoje o Iraque é um terreno de confrontos entre interesses regionais e interesses internacionais”, afirma.

Estão sendo feitos reparos na infra-estrutura de telefonia de Bagdá e a situação do oferecimento de energia é de três horas de apagão, seguidas de seis horas com eletricidade. “A infra-estrutura está melhorando, mas o problema maior é a segurança”. O encarregado acredita que se a segurança no Iraque aumentasse, em dois ou três meses os problemas estruturais do país poderiam ser resolvidos. “Mas o que há é a continuidade da insegurança total”, diz Awni. Ele também afirma que ninguém ousa circular pelas ruas de Bagdá a partir das nove horas da noite, por causa dos assaltos.

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