Hoje celebramos a memória dos fiéis falecidos. O costume de orar pelos mortos é uma realidade, desde os primeiros tempos do cristianismo e que foi conservado pelas comunidades cristãs. A fixação da data para o dia dois de novembro deve-se a santo Odilon, abade do Mosteiro de Cluny que supôs que, do mesmo modo como havia um dia dedicado à celebração de todos os santos, devia também haver um dia dedicado à celebração de todos os fiéis falecidos desde o início do mundo. Como havia uma grande quantidade de mosteiros beneditinos ligados ao Mosteiro de Cluny, logo essa celebração expandiu-se pelo norte da Europa. Tudo indica que a escolha da data no dia dois de novembro, exatamente um dia após a comemoração de Todos os Santos, foi feita levando-se em consideração que os defuntos que já não se encontravam entre os vivos, mas também não estavam colocados na lista dos santos canonizados, tinham também necessidade de orações. No ano 1311 a Igreja oficializou a celebração e, em 1915, Bento XV estendeu a solenidade a toda a Igreja.

Hoje, Dia de Finados, a Igreja nos convida a rezar pelos mortos, mas sobretudo a refletir sobre a morte como parte da vida, vez que nós começamos a morrer, não quando atingimos a velhice ou quando adoecemos, mas quando nascemos. Para os que não crêem na Ressurreição, Finados é interrogação, dúvida, revolta, dor, tristeza. Para nós cristãos, que acreditamos que não nascemos para morrer, mas morremos para viver, Finados é saudade, mas é acima de tudo esperança. Por isso, hoje é dia de lembrar os nossos mortos, o exemplo que eles nos deixaram, o amor com que eles nos amaram, mas acima de tudo é dia de proclamar nossa fé na ressurreição, nossa certeza de que nosso Deus é o “Deus dos vivos” e que nossos mortos não jazem no túmulo nem estão longe de nós, mas estão vivos e perto de nós, porque estão na presença de Deus.