Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Segunda, 29 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Circuncisão feminina aumentaria riscos de HIV

Agência Notisa - 27 de julho de 2005 - 07:55

pesquisa realizada na Tanzânia, das 7.154 mulheres com HIV analisadas, 84,7% haviam sido submetidas à cirurgia.
A bioestatística e pesquisadora da Tanzânia Rebeca Stalink apresentou durante a 3ª Conferência da Sociedade Internacional de Aids estudo sobre a influência da circuncisão feminina e o risco de se contrair o vírus HIV após o procedimento. Segundo Stalink, ao contrário da circuncisão masculina, o risco de a mulher se infectar com a doença é muito maior após a cirurgia. Dentre as 7.154 mulheres com HIV que participaram de sua pesquisa, 84,7% eram circuncidadas. Este alto índice, explica a pesquisadora, está associado ao fato de que uma infecção decorrente da cirurgia e até mesmo a perturbação do epitélio genital já colaboram para a infecção.

De acordo com Stalink, outro fator de risco é que, uma vez circuncidada, a mulher aumentaria o número de relações sexuais anais, o que a torna mais vulnerável também para a aquisição da doença. Há também maior probabilidade de ocorrerem hemorragias durante o parto relacionadas ao processo de circuncisão e que contribuiriam para o surgimento do HIV.

Segundo Stalink, a circuncisão feminina é uma mutilação genital muito comum na África. Segundo seu estudo a maior parte das circuncisões ocorrem ainda na infância ou adolescência da mulher, entre os seis e 15 anos de idade. ``Eu me realmente me oponho à prática, por razões éticas e de saúde``, enfatizou a pesquisadora. Além do aumento do risco de infecção, outro argumento apresentado por Stalink contra a circuncisão é que durante a própria cirurgia pode ocorrer o contágio do HIV devido ao uso de instrumentos não esterilizados.

Stalink lembra que ``a maioria dos casos na África ainda é de clitoridectomias (extirpação cirúrgica do clitóris) e, felizmente, poucas são as infibulações (em que são removidas as partes mais sensíveis, chegando a praticamente fechar órgão, com exceção do mínimo necessário para as funções de sobrevivência)``. Durante sua conferência, a pesquisadora não deixou claro se todas as mulheres que participaram do estudo haviam sido submetidas à cirurgia antes de contraírem o HIV.

A 3ª Conferência da IAS está sendo realizada no Riocentro e acontece até esta quarta-feira (27/06/05).

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

SIGA-NOS NO Google News