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Geral

Artigo de Manoel Afonso: Ingratidão & Ingratos

Manoel Afonso* - 17 de dezembro de 2009 - 07:01

“O pior dos defeitos é a ingratidão, que despreza e apedreja hoje, quem o beneficiou ontem”. A frase de Torres Pastorino define bem e acerta no alvo. Exemplo perfeito: o episódio do motorista do veículo atolado na lama – que pede ajuda às pessoas que caminhavam pela estrada, com promessa de dar-lhes carona; mas após sair do atoleiro, acelera o carro, vai embora só e não cumpre a promessa.
Na estrada da vida os “atoleiros” são freqüentes e quase sempre precisamos da ajuda de alguém para sair deles. É assim em todas as atividades profissionais e nas mais diferentes situações ou surpresas que a vida nos impõe. A mão amiga parece cair do céu e como num passe mágica respiramos aliviados e reconhecemos a importância daquela ajuda providencial. Mas esse sentimento não deve ser transitório, sujeito a novas influências. Ele deve ficar cravado nas nossas mentes, em nossos corações, para que possamos – se preciso for – reconhecer e retribuir com a mesma grandeza e desprendimento. Ora! Amor com amor se paga! Não é assim que nos ensinaram?

Lembro: a ingratidão vem longe! Na velha Bíblia existem referências a esse sentimento (ou conduta). Também em outros livros sagrados, pilares de várias religiões, ela não é esquecida. Em nosso Código Civil – que recebeu originalmente forte influência de Roma - a ingratidão é punida severamente. Caso por exemplo daquele donatário ingrato com o benfeitor lhe ajudou através da doação de um bem qualquer.
Entender a ingratidão – quando somos vítimas dela - normalmente é difícil. Quase traumática! Fazemos um exercício danado de imaginação, buscamos fatos lá atrás, personagens ou situações que possam de alguma forma fornecer subsídios que nos levem a descoberta real da causa. Mas nem sempre se tem êxito nesta tentativa, pois a atitude ingrata deriva da falta de caráter, que é pode ser entendida também como desonestidade e... ponto final!
Infelizmente nos dias atuais, na busca pelo sucesso profissional-financeiro, novos rótulos de comportamento vão ganhando espaço, desprezando a postura da gratidão, como se ela fosse página virada, incompatível com a realidade. A ingratidão está solta em todos os segmentos: nos esportes, na política, na advocacia, na medicina, no comércio de modo geral e em todas as relações humanas.
Os ingratos – insensíveis aos danos que causam, seguem garbosos em seus carros reluzentes pela estrada, indiferentes aos que estão à margem dela, mesmo sendo aqueles benfeitores que o ajudaram. Mas o que os ingratos não podem esquecer é que a vida é uma via de duas mãos.

Que pensem nisso!
É questão de travesseiro...


Manoel Afonso*

(TV.MS.RECORD)

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