Cassilândia
A homenagem póstuma ao Joaquim Tenório Sobrinho, o Pernambuco: a falta que ele faz
Ele foi o vereador mais votado de Cassilândia, proporcionalmente, até hoje. Foi prefeito duas vezes. Ficou lembrado pela sua solidariedade ao próximo.
Cada cidade com seus personagens que marcaram a passagem de alguma forma dentro do contexto da época. É o médico, advogado, empresário e homem público no exercício de suas atribuições com reflexos diretos na comunidade.
Por uma série de circunstâncias aqui inarráveis, nem sempre essa postura recebe na respectiva época o devido reconhecimento da população favorecida por esses personagens. Mas felizmente há uma parcela minoritária que se propõe a resgatar a memória popular com referências públicas positivas em determinadas situações.
O ex-prefeito Joaquim Tenório Sobrinho – popularmente conhecido como Pernambuco pode ser enquadrado no rol dos cidadãos prestantes de Cassilândia, independentemente do nível cultural e social numa época de dificuldades na região.
Vale esse registro, principalmente à parcela de leitores jovens que não conviveram com o ex prefeito. Pernambuco exercia , quando de seu falecimento ( 22/05/1987) o simples cargo de ‘guarda’ do prédio que abrigava as instalações da extinta companhia telefônica ‘Inetel’ graças ao gesto generoso de seu diretor Francisco Viana.
Para ele, que começara a labuta em Cassilândia como carroceiro, não havia demérito algum em exercer o cargo mesmo tendo sido prefeito da cidade. A humildade dele era maior do que o sentimento de vaidade. Aliás, essa postura seria considerada absurda em nossos dias – onde o ego oceânico dos nossos homens públicos se junta ao duvidoso comprometimento de realmente servir sem ‘outros interesses’.
Portanto, nesta ‘época estranha’ onde conceitos de moral e ética sofrem mutilações, é sempre necessário relembrar a figura do nosso Pernambuco – que tinha grande identificação com os mais humildes e para os quais direcionava suas ações na iniciativa privada e pública.
Seria muito bom que os homens públicos mirassem nos exemplos deste cidadão nas relações com a sociedade, sem preconceitos e demagogia. Os moradores mais antigos certamente são testemunhas das nossas assertivas.
Para arrematar essa homenagem recorro ao romancista, dramaturgo e poeta alemão Bertold Brecht com a brilhante definição: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis.
Manoel Afonso