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‘Vou derrotar o Bebê Johnson’, diz Zeca sobre Delcídio

Graciliano Rocha/Campo Grande News - 26 de junho de 2007 - 17:09

O ex-governador Zeca do PT tem dedicado seus dias de político sem mandato a limpar o caminho para disputar, em 2010, uma cadeira no Senado Federal. Zeca deu nome, sobrenome e cor partidária para a principal pedra no seu caminho: o senador Delcídio Amaral, também do PT.

“Meu projeto é ser candidato a senador para derrotar o Delcídio, quero que ele saia para a gente disputar no mano-a-mano”, abriu fogo, durante uma entrevista de duas horas de duração ao Campo Grande News na manhã desta terça-feira.

Zeca conversou com a reportagem no seu escritório político, no centro de Campo Grande, e não poupou o senador –a quem, num passado não muito distante, já chamou de “meu amigo, meu irmão” – da artilharia verbal.

O ex-governador tem nas mãos o que considera ser a fatura política da eleição de Delcídio para o Senado. Zeca afirma que deixou de lado a sua reeleição, em 2002, para pedir votos para o então candidato ao Senado, que começou a campanha na terceira posição nas pesquisas. No ano passado, Zeca diz que “entrou com tudo” na campanha de Delcídio para o governo, negando a versão do abandono defendida por Delcídio.

“O que não dá é pro sujeito vir e à custa do sacrifício dos outros se eleger senador. O Delcídio não se elegia vereador em Campo Grande, eu botei em risco minha reeleição para eleger Delcídio a senador, ao mesmo tempo ele estava lá em Três Lagoas fazendo acordos”, afirmou, sem detalhar que “acordos” seriam esses.

Além do pragmatismo com a futura disputa de 2010, as declarações de Zeca parecem ser movidas pela mágoa com o petismo intermitente de Delcídio, cuja saída do PT já foi sucessivas vezes ventilada. Zeca conta que, em parte, o “suposto assédio” de partidos como PMDB, PTB e PSDB é estimulado pelo próprio colega de partido.

O ex-governador afirma que Delcídio Amaral procurou o deputado federal Dagoberto Nogueira para negociar uma filiação ao PDT. Na versão de Zeca, Dagoberto lhe telefonou para avisar sobre as sinalizações de Delcídio, que depois teria recuado.

“Ele acha que é o ‘Bebê Johnson’, que todo mundo quer, que todo mundo acha bonito e que diz que conseguiu 40% [de votos para o governo], mentira, ele está se iludindo, esses 40% são do PT”, destilou.

Sucessão de Campo Grande - Na entrevista, o ex-governador deixou claro que a ponte que parece destroçada entre si e Delcídio pode ser reconstruída até o ano que vem. Desde, claro, que o senador desista da reeleição em 2010 para disputar a prefeitura de Campo Grande em 2008.

“O Delcídio seria um belo candidato [à prefeitura], mas tem que se comprometer a não deixar o PT depois”, condiciona.

Na avaliação que faz da disputa do ano que vem, o ex-governador considera improvável que o PT e o PMDB estejam juntos na disputa de Campo Grande. O problema para a aliança é a profundidade da rivalidade entre os dois lados na Capital. Já no interior, a aliança entre petistas e peemedebistas deverá se consolidar em muitos municípios em função da política de governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A tendência é haver essa aproximação entre o PT e o PMDB, que está dando certo, e o PSDB e o PMDB se afastarem gradativamente”.

Zeca riscou os parentes da sua lista de pré-candidatos à candidatura de Nelson Trad Filho (PMDB). Segundo ele, nem a ex-primeira-dama Gilda dos Santos nem o sobrinho Vander Loubet, que disputou a prefeitura em 2004, querem entrar na disputa. O ex-governador acha que o PT tem chance de entrar na briga com “Pedro Kemp, Pedro Teruel ou Paulo Duarte, se transferir o título [de Corumbá]”.

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