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Saúde: o transtorno depressivo a tentativa de suicídio

Agência Notisa - 05 de julho de 2008 - 08:15

Pesquisa publicada na edição de junho do American Journal of Psychiatry concluiu que pacientes com transtorno depressivo maior com histórico de tentativa de suicídio apresentaram respostas diferentes a expressões faciais prototípicas de raiva em diversas regiões do córtex pré-frontal se comparados a indivíduos pareados com o mesmo quadro, mas sem comportamento suicida. O artigo afirma que tal diferença pode estar relacionada a uma sensibilidade elevada à desaprovação alheia, maior propensão a ser influenciado por emoções negativas e atenção reduzida a estímulos positivos moderados.

De acordo com o texto, conduzido por pesquisadores franceses e britânicos, 13 homens eutímicos com um histórico de transtorno depressivo maior e comportamento suicida foram comparados a 14 homens eutímicos com um histórico de transtorno depressivo maior, mas sem atitudes suicidas, e a 16 homens saudáveis. Para medir a atividade neural em resposta a rostos apresentando expressões de alegria, raiva ou neutras, todos os participantes foram submetidos a duas sessões consecutivas de ressonância magnética de 6 minutos cada: uma apresentando expressões de alegria, e outra, de raiva. Cada sessão incluiu 20 imagens de uma emoção em intensidade moderada (50%), 20 da mesma emoção em intensidade prototípica (100%) e 20 expressões faciais neutras. Os autores explicam que foram incluídos apenas homens porque outros estudos sugerem que existem diferenças de gênero.

Os resultados mostraram que, na comparação entre os indivíduos com depressão, os que tentaram suicídio mostraram: maior atividade no córtex órbito-frontal lateral direito (área 47 de Brodmann) e atividade reduzida no giro frontal superior (área 6) em resposta às expressões prototípicas de raiva versus neutras; maior atividade no giro do cíngulo anterior direito (área 32 se extendendo até a área 10) para as expressões de alegria versus neutras; e maior atividade no cerebelo direito para expressões de raiva moderada versus neutras.

“Pacientes eutímicos que tentaram suicídio se distinguiram daqueles sem comportamento suicida nas respostas a expressões de raiva e alegria, o que pode sugerir sensibilidade elevada à desaprovação alheia, maior propensão a ser influenciado por emoções negativas e atenção reduzida a estímulos positivos moderados”, afirmam os autores no artigo. Para eles, estes padrões de atividade neural e dos processos cognitivos podem representar marcadores de vulnerabilidade a comportamento suicida em homens com histórico de depressão.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

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