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Geral

Presbiacusia - desafio é vencer o preconceito

Edson Parente - 14 de setembro de 2004 - 10:27

A presbiacusia é, portanto o envelhecimento natural do ouvido humano simplesmente como somatório de alterações degenerativas de todo o aparelho auditivo. Um problema que atinge diretamente as freqüências altas (os sons agudos), o que afeta, de modo significativo a compreensão da fala.

A surdez pode se tornar extremamente incapacitante, muitas vezes, como causa de doenças otorrinolaringológicas específicas, evoluindo para graus mais avançados, ajudando a isolar do ambiente o doente que já possui outras limitações físicas.

“Assim como há o envelhecimento da visão, e a pessoa passa a ver menos, com a idade ela também passa a ouvir menos. E como é natural usarmos óculos para poder amplificar as imagens, também deveríamos usar os aparelhos de amplificação sonora (AAS), também chamados de próteses auditivas, ou equipamentos auxiliares para a audição sem nenhum preconceito, como forma de se minimizar os efeitos negativos da deficiência auditiva que tanto aflige as pessoas”, afirma Dr. Luis Carlos Alves de Sousa, coordenador da Campanha Nacional da Audição.

Mas, segundo o especialista, uma importante barreira social precisa ser derrubada definitivamente, para melhorar a qualidade de vida do deficiente auditivo.

“Há um preconceito muito grande em relação ao uso dos aparelhos de audição e falta de informação sobre os avanços tecnológicos da área. As pessoas têm que estar conscientes do fato de que o uso do aparelho não diminui ninguém. A audição é muito importante nas nossas relações, não só familiares, mas sociais e até laborativas. A perda da audição muda o perfil psicológico do indivíduo” adverte o otorrinolaringologista.

De todas as privações sensoriais que afetam o idoso, a incapacidade de comunicar-se com os outros devido à perda auditiva pode ser uma das conseqüências mais frustrantes, produzindo um impacto profundo e devastador em sua qualidade de vida.

“Idosos portadores de presbiacusia experimentam uma diminuição da sensibilidade auditiva e uma redução na inteligibilidade da fala, o que vem a comprometer seriamente o seu processo de comunicação verbal. A perda auditiva em altas freqüências (agudos) torna a percepção das consoantes muito difícil, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes ruidosos. Freqüentemente, respostas inadequadas de indivíduos idosos presbiacúsicos geram uma imagem de senilidade, a qual, pode não condizer com a realidade. A queixa típica destes indivíduos é a de ouvirem, mas não entenderem o que lhes é dito.”, explica Dr. Luis Carlos.

Segundo o especialista, é muito comum aos familiares descreverem o idoso portador de deficiência auditiva como confuso, desorientado, distraído, não comunicativo, não colaborador, zangado, velho e, injustamente, senil. “O aumento da pressão auto-imposta para ser bem sucedido na compreensão da mensagem gera ansiedade e aumenta a probabilidade de falhar nesta tarefa. A ansiedade leva à frustração e a frustração leva à falha; a falha, por sua vez leva à raiva e, finalmente, a raiva leva ao afastamento da situação de comunicação. O resultado é o isolamento e a segregação” finaliza o médico.



Podemos resumir as implicações da deficiência auditiva no idoso, destacando:



Redução na percepção da fala em várias situações e ambientes acústicos. Piora em ambientes ruidosos. Muitas vezes está associado um zumbido o que piora o problema.
O idoso muitas vezes ouve o que a pessoa está falando, mas não entende.
Alterações psicológicas: depressão, embaraço, frustração, raiva e medo, causados por incapacidade pessoal de comunicar-se com os outros.
Isolamento social: A interação com família, amigos e comunidade fica seriamente afetada.
Incapacidade auditiva: igrejas, teatro, cinema, rádio e TV.
Intolerância (irritação) a sons de moderada à alta intensidade (principalmente os agudos). Se a pessoa fala baixo o idoso não ouve se ela grita o incomoda.
Problemas de alerta e defesa: incapacidade para ouvir pessoas e veículos aproximando-se, panelas fervendo, alarmes, telefone, campainha da porta, anúncios de emergências em rádio e TV
Algumas dicas ajudam os familiares e amigos do deficiente auditivo a contornar o problema:



1) Falar pausadamente e olhando de frente para a pessoa com dificuldade auditiva.

2) Falar pouco mais alto, SEM gritar

3) Caso a pessoa não compreenda bem, repetir o que foi dito empregando algumas palavras diferentes para aumentar a chance de compreensão

4) Não falar gritando de outros aposentos da casa

5) Incentive uma avaliação médica do problema, e, se houver indicação, o uso de aparelhos auditivos

6) Incentive o uso de fones de ouvido para ouvir melhor a televisão e aparelhos de som

7) Incentive a instalação de alarmes luminosos para a campainha da casa e do telefone.



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