Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Domingo, 28 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Polícia indicia pessoas por esquema de venda ilegal de medicamentos usados na Covid

Duas associações criminosas especializadas no comércio criminoso de medicamentos de alto custo utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19 e em estado grave.

Polícia Civil do Estado de Goiás - 01 de junho de 2021 - 08:20

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor concluiu, na última semana, as investigações relativas à Operação Nisi Facilis, deflagrada entre abril e maio deste ano para desarticular duas associações criminosas especializadas no comércio criminoso de medicamentos de alto custo utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19 e em estado grave.

O medicamento denominado Tocilizumabe, de nome comercial Actemra, utilizado a título experimental em pacientes com quadro grave do novo coronavírus, está em falta no mercado regular em razão do aumento da demanda provocada pela pandemia. Em face disso, houve o desabastecimento global do produto no mercado convencional. Tanto o SUS quanto os planos privados de saúde noticiaram atualmente dificuldades para aquisição do medicamento, tanto em território nacional quanto no exterior.

A investigação revelou que uma caixa de Tocilizumabe, de 200mg, que tem um custo de aproximadamente R$ 775,42 no mercado regular estava sendo apresentada e vendida por criminosos atravessadores por R$ 18.500. A equipe da Decon verificou que uma caixa de Tocilizumabe com quatro seringas, que era vendida em média no mercado convencional por R$ 6.399,00, estava sendo oferecida e vendida no mercado criminoso por R$ R$ 12.000 cada seringa, isto é, R$ 48.000 a caixa, ou seja, com preço seis vezes acima do convencional.

No curso das diligências efetuadas pela Polícia Civil de Goiás, que incluíram cumprimentos de mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares sigilosas, constatou-se que, desestruturados pela dor, pelo desespero, desequilíbrio psicológico e emocional, bem como para evitar a morte de entes queridos, os familiares acabaram aderindo a essas propostas espúrias, adquirindo o produto por valores abusivos.

A investigação policial desarticulou duas associações criminosas compostas, no total, por 7 pessoas, com divisão de tarefas consistentes no fornecimento, intermediação mediante o recebimento de comissão entre fornecedores e revendedores finais, e a própria revenda final da medicação, tudo após a captação de familiares de pacientes graves da Covid-19 em ambientes virtuais formados com o objetivo de aquisição do medicamento.

Além de amostras do medicamento Tocilizumabe (Actemra) apreendidas em poder dos investigados, também foram localizados e apreendidos itens da droga Propovan (Propofol), utilizada para a sedação de pacientes em procedimentos cirúrgicos, produto que compõe o kit intubação, muito utilizado em determinados procedimentos para tratamento da Covid-19 em casos avançados, e também em falta no mercado, bem como aproximadamente R$ 11 mil em espécie e receituários de medicamentos de uso controlado em branco.

Todos os investigados foram indiciados por associação criminosa (1 a 3 anos de reclusão) e crime contra a saúde pública. Este, hediondo e é equiparado à adulteração de medicamento consistente no comércio ilícito de medicamentos (pena de 10 a 15 anos).

Polícia indicia pessoas por esquema de venda ilegal de medicamentos usados na Covid

SIGA-NOS NO Google News