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Para CNA, governo tira "perigo imediato" para produtores

Humberto Marques / Campo Grande News - 26 de maio de 2006 - 06:48

O presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Antônio Ernesto de Salvo, informou que o pacote de medidas anunciadas pelo governo federal dentro do Plano Safra 2006/2007 tem seus pontos positivos, no sentido de colaborar com os agricultores em crise. Porém, a liderança ruralista destacou que algumas decisões poderiam ser mais abrangentes.

Em entrevista à assessoria da confederação, Salvo informou que houve a “retirada do perigo imediato de grande parcela das pessoas em dificuldades”, mas atentou para o fato de que ainda não há uma previsão correta de como as prorrogações de crédito afetarão os limites do próximo crédito de custeio. “Percebo que as medidas são positivas, certamente aquém das nossas necessidades, mas certamente mais do que os governos costuma conceder”, prosseguiu, destacando as reivindicações dos produtores durante o “Alerta do Campo” como ponto de pressão para as concessões federais.

Para Antônio de Salvo, houve um avanço razoável com as medidas de emergência, ressaltando a falta de atendimento a setores como a pecuária e a agricultura tropical, bem como as dívidas dos produtores do Nordeste. “Poderia ter havido um aceno quanto a isso. Acredito que a prorrogação automática poderia ter sido mais ampla. Mas o conjunto inegavelmente contempla avanços significativos”.

Protestos – O presidente da Comissão de Endividamento da CNA, Homero Alves Pereira, informou que a entidade fará uma avaliação institucional das medidas tomadas pelo governo federal, para avaliar se os protestos dos agricultores pelo País terão continuidade. “As manifestações são iniciativas individuais das localidades, mas a vontade do produtor é de retornar ao trabalho”, informou Pereira, que também preside a Famato (Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso). Ele acredita que as medidas anunciadas hoje são importantes, e faziam parte das reivindicações encaminhadas pela confederação ao governo. Porém, ele ressaltou que questões como o câmbio – considerado necessário para aumentar a competitividade – não foram abordadas.

Ruralistas – Dentre os deputados que representam a classe produtora no Congresso Nacional, o pacote trouxe pontos positivos, mas ainda existem pontos a serem amarrados. “Houve um avanço, mas o pacote é insuficiente para solucionar os problemas, porque não se tratam de medidas para efetivamente recuperar o setor”, afirmou o deputado federal Odacir Zonta (PP/SC), ao defender que produtos como o milho e a soja necessitavam de um percentual maior de prorrogação dos créditos de custeio.

Zonta considerou que os R$ 60 bilhões anunciados para crédito são razoáveis, desde que haja uma equalização dos juros. O deputado também se queixou pela falta de discussão sobre o preço mínimo, considerada por ele uma forma de garantir renda ao produtor. Já o deputado Ronaldo Caiado (PFL/GO) destacou a unidade da classe rural durante os pleitos junto ao governo. O parlamentar goiano ressaltou que a mobilização dos agricultores, que criaram um “levante nacional” impôs as decisões ao governo, além de avaliar que, pela primeira vez, abriu-se espaço para se discutir a renegociação de dívidas e a securitização da produção agrícola.

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