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Geral

O Reencontro segundo Manoel Afonso

26 de julho de 2004 - 14:21

DIA DE FESTA: DIA DE REENCONTRAR AMIGOS

(Manoel Afonso)


“Quando estou viajando/ cruzando campos e serras/ meu coração se alegra/ se passo por minha terra/ o rincão é mais florido/ a natureza mais bela/ gosto de minha querência/ por ser risonha e florida/ onde vivi em criança/ a minha infância querida/ não sai da minha lembrança/ aquela gente amiga/ Vamos sorrir e cantar/ quem está triste se alegra/ a nossa vida é curta/ do mundo nada se leva...”

O trecho desta canção sertaneja, gravada agora por Christian e Ralf, vem a calhar nestes dias em que a cidade em festa, abre os braços para receber não só aqueles que aqui nasceram, mas também os que por aqui passaram, e que residem hoje em outras plagas. Aliás, no ano passado, falamos deles, mostrando-lhes que a comunidade é sensível e tem grande apreço com aqueles que com maior ou menor intensidade escreveram capítulos de suas vidas em Cassilândia.

Mesmo bebendo de outras águas distantes, é claro, todos nós reservamos num espaço especial da memória e do coração, imagens impermeáveis e que resistem a ação corrosiva do tempo. A escola, a professora, os colegas, os amigos, os amores, os vizinhos, o médico, o cinema, as quermesses, as tragédias, as conquistas, os primeiros passos na vida, na profissão: tudo isso fica enraigado na alma, independente da idade, de onde esteja e como se vive.

É normal que neste retorno existam as comparações inevitáveis, inclusive de Cassilândia com a cidade onde esse ou aquele resida. Mas as pessoas que voltam à nossa cidade não estão interessadas nisso. A magia da volta está exatamente em imaginar reencontrar tudo como antes; a mesma paisagem - como se o tempo não tivesse passado; as mesmas pessoas – com a mesma idade e sem cabelos brancos ou aquelas marcas indeléveis do tempo. A magia do retorno consiste em antever na retina dos olhos, a majestosa serra das Morangas, o rio Aporé com suas águas e curvas neste vale que nos divide e nos une aos goianos. Aliás, quem é que lá distante – no exterior inclusive – não consegue vislumbrar esse vale onde a cidade foi plantada – cercada pelas duas cadeias de serras?

Mudanças ocorreram. É claro! Pessoas queridas também envelhecem ou já estão em outras blumas. Mas com certeza, em Cassilândia algumas coisas permanecem: o ombro amigo, o salto do rio, o frango caipira, a gairova, a farinha de mandioca, a noite quente de lua cheia e céu estrelado, o canto dos passarinhos, a simplicidade, a saudade, a velha ponte, a pamonha, o apelido, o banho de rio, o leite caipira, o papo sem pressa, a seresta e o amor antigo.

O que vale nestes dias de festa, de reencontro com os amigos e consigo mesmo, é que as pessoas se livrem de eventuais amarras de preconceitos ou algo parecido. Que todos se abracem, que bebam da mesma água desta fonte que se chama Cassilândia, que tem a magia de nos encantar e de nos atrair independente dos verões e primaveras. O que vale é sorrir, estender a mão, o braço ao abraço e se quiser pode também chorar. Vale tudo! Só não vale faltar! Eu quero ir. Eu vou!

(O autor é comentarista da TV.MS.
Record de Campo Grande/MS)






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