Mato Grosso do Sul já responde por 63,5% dos 79 mil casos de dengue notificados no País de janeiro até ontem, segundo levantamento do Ministério da Saúde. No Estado foram registrados 50,3 mil casos, enquanto em Campo Grande são 34,4 mil casos, em Dourados são 1,9 mil, em Coxim são 1,7 mil, em Três Lagoas são 1,6 mil e em Aquidauana são 1,3 mil.

Em decorrência do quadro, Mato Grosso do Sul continua sendo o grande alvo da preocupação do governo federal quando o assunto é dengue, segundo o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta. Ele lembrou que para evitar uma epidemia da doença é preciso integrar as ações que o governo vem desenvolvendo com uma atuação efetiva da população.

“Isso não significa tirar a responsabilidade do poder público, mas o controle da dengue, como é uma doença que não tem vacina, passa pela eliminação do Aedes Aegypti", destacou Pimenta. ”Os agentes visitam os domicílios a cada 60 dias em função do poder residual do produto usado para matar o mosquito. Mas, se no dia seguinte tiver algo que acumule água, isso faz com que a casa volte a ser um criadouro do Aedes Aegypti, colocando em risco não só os moradores da casa, mas toda a vizinhança”, analisou.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, a integração desses esforços tem que ocorrer em qualquer região do país, já que o mosquito transmissor da doença “não respeita fronteiras”. Em São Paulo, a Secretaria de Saúde registrou um aumento de mais de 80% de casos de dengue em apenas 10 dias e, apesar do aumento significativo e da proximidade do Estado paulista com o Mato Grosso do Sul, Pimenta garante que a situação é típica deste período e semelhante com a de anos anteriores.

“Em grande parte de nosso País neste período temos chuvas freqüentes que aumentam o número de criadouros no país e temperaturas altas que fazem com que mosquito se transforme desde o ovo até a fase adulta em 10 dias – o que no inverno ocorre em até 30 dias”, explicou o secretário, completando que esses fatores fizeram com que, no ano passado, 70% dos casos de dengue em todo o País fossem registrados no período de janeiro a maio.


Daniel Pedra