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Fetems realiza passeata e ato público na capital
A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) realiza nesta 5ª feira, dia 15, uma passeata com educadores de todo o Estado no Centro de Campo Grande e atos públicos em frente à prefeitura e à governadoria. A concentração está prevista para as 9h00, na Praça do Rádio Clube. A atividade faz parte da 5ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que teve início ontem, dia 13, e acontece até 20 de abril nas escolas de Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) em todo o País.
De acordo com informações da presidenta da Fetems, Mara Carrara da Silva, a partir das 9h30min., os manifestantes seguirão pela Av. Afonso Pena até a Praça Ary Coelho, onde devem se encontrar com trabalhadores rurais do MST, que também virão em passeata das Moreninhas até o Centro da cidade. De lá eles partem em conjunto para a prefeitura, onde realizam ato público em favor da priorização da Educação Básica e da reforma agrária durante o trajeto da passeata, os participantes distribuirão uma carta aberta à população sobre a realidade da Educação no País e no Estado. Em seguida, os educadores se dirigem em carreata até o Parque dos Poderes e entregam ao governo um documento contendo a pauta de reivindicações dos trabalhadores em Educação no Estado, além dos pontos nacionais.
A Semana Nacional é uma articulação que reúne mais de cem organizações da sociedade civil incluindo a Fetems em prol da efetivação dos direitos educacionais da população, especialmente das crianças e adolescentes. Mara esclarece que o objetivo é sensibilizar os governos, os parlamentares, o Judiciário e as instituições brasileiras para que se comprometam com a ampliação e a consolidação de mecanismos participativos que possibilitem à sociedade civil a efetiva influência nos processos de elaboração, implementação e avaliação das políticas públicas no Brasil, com ênfase na Educação.
Essa articulação defende o aumento do patamar de financiamento da Educação no Brasil para 7% do PIB (Produto Interno Bruto) hoje, este financiamento está fixado em 4,7% do PIB. Também são pontos de pauta: a existência dos Conselhos de Educação como efetivos fiscalizadores do Poder Público; a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras do setor, com o estabelecimento de formação inicial e continuada para todos os educadores e a instituição do Piso Salarial Profissional Nacional; o cumprimento efetivo da Lei do Fundef (Fundo destinado ao Ensino Fundamental) e sua posterior substituição pelo Fundeb (Fundo da Educação Básica); a retirada dos investimentos destinados à Educação Pública e às demais políticas sociais das metas do superávit primário; entre outras questões.
No documento a ser entregue pela Fetems, constam, ainda, as reivindicações de reposição salarial de 6,69% (IPCA dos últimos 12 meses); a volta dos adicionais de escolaridade e noturno para os funcionários administrativos o adicional de escolaridade, por exemplo, é uma conquista nova: o direito foi adquirido em 2000, mas a regulamentação somente se deu após muita luta e negociação, em setembro de 2002. O recebimento dos primeiros adicionais somente teve início em 2003. Ou seja, esse adicional, do ponto de vista prático, tem apenas um ano de efetividade e já é objeto de cassação por parte da Administração.
A entidade também questiona as modificações feitas pelo governo para o reenquadramento funcional (mudança de letra) estabelecido no Decreto 11.562/04, que regulamenta a carreira dos funcionários administrativos. O governo havia apresentado uma proposta diferente no início das discussões acerca da regulamentação da Lei 2781/03, que estabelece o Plano de Carreira. Nela, o funcionário seria automaticamente enquadrado na classe correspondente ao seu tempo de serviço. Com a publicação do Decreto, o enquadramento passa a ser a partir do nível (letra) em que a pessoa se encontra, não significando, necessariamente, que ela vai alcançar a letra correspondente ao seu tempo efetivo de serviço. A Fetems propõe ao governo a edição de um novo decreto que corrija o erro histórico a que os servidores administrativos são há muito submetidos quando se trata de promoção funcional, diz Mara Carrara.
Outros pontos reivindicados pela Federação se referem a mudanças no Estatuto do Magistério. A Fetems defende alterações no Artigo 93, especialmente quanto à elevação de carga horária dos professores de 20 horas para 40 horas, de maneira que as atividades de ensino sejam preenchidas. É sabido que a demanda de professores não foi suprida nem mesmo com a recente posse promovida pelo Estado. Há necessidade, portanto, de aumentar a presença de professores nas escolas para melhorar a qualidade do ensino.
A entidade também quer modificar o Artigo 14, que trata dos percentuais de reclassificação funcional em função do tempo. Para a Fetems, é uma questão de justiça diminuir a base da pirâmide funcional e aumentá-la no topo, para permitir que o trabalhador em Educação que possui mais tempo de Serviço Público seja também mais valorizado pelo Estado.
Por fim, o adicional de difícil acesso (Artigo 54) é um ponto considerado dos mais importantes pela Fetems. A proposta da entidade é que ele passe a representar entre 30% e 50% do salário do trabalhador em Educação que tiver direito. Hoje, ele está em 10%, valor insuficiente muitas vezes até mesmo para se comprar a passagem para ir até a escola, especialmente quando esta se localiza no meio rural.
Leia abaixo a programação da Semana Nacional em Defesa e Promoção da Escola Pública:
13.04 Discussão nas escolas sobre Conjuntura e Reformas (universitária, sindical e trabalhista)
14.04 Discussão nas escolas sobre Valorização e Formação dos(as) Trabalhadores(as) em Educação
15.04 Paralisação Nacional dos(as) Trabalhadores(as) em Educação Passeata da Fetems pelo centro da capital (concentração na Praça do Rádio Clube, descida até a Praça Ary Coelho, encontro com a passeata dos trabalhadores rurais sem terra e subida conjunta até a prefeitura)
15.04 Manifestação da Fetems no Parque dos Poderes Entrega da Pauta de Reivindicações da categoria ao governador
16.04 Diagnóstico da Exclusão Início da coleta do mapa de alunos(as) fora da escola
19.04 Dia da Denúncia Discussão sobre Financiamento da Educação e divulgação dos problemas da Educação
20.04 Debates com a comunidade escolar sobre Gestão Democrática