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Fernandópolis já atinge o grau mais severo de seca, diz Monitor

Fonte: Cidadão Net

Cidadão Net - 25 de abril de 2021 - 06:40

Fernandópolis já atinge o grau mais severo de seca, diz Monitor

A última atualização do Monitor de Secas aponta agravamento da seca na região noroeste e coloca Fernandópolis no grau de severidade de seca mais intenso na escala (seca excepcional – S4). A piora do quadro ocorre no período que deveria ser de chuvas na região.

Segundo Robson Franklin, do Monitor da Seca, em avaliação para o CIDADÃO, “é preciso esclarecer que, como a escala do Mapa do Monitor é regional, não podemos afirmar com 100 % de certeza de que essa é a realidade em todo o município. Fato é que, desde o início do monitoramento em São Paulo (no final de 2020), essa é a pior condição já registrada no estado ao longo desses 5 meses”.

A Estação Hidrológica do Ciiagro – Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas – em Fernandópolis registrou volume de chuva abaixo de 40 milímetros em abril. E esse volume não foi uniforme.

A estação chuvosa em Fernandópolis e na região noroeste ocorre com maior intensidade entre novembro e março. O volume acumulado de chuva entre novembro de 2020 a março de 2021 atingiu, de acordo com dados do Ciiagro, 473,9 milímetros. Esse volume é 64,8% na comparação com o volume registrado (1.346 milimetros) no período entre novembro de 2017 a março de 2018. Na comparação com período novembro/19 a março/20 (790 mm) foi menor 40%.

“É importante ressaltar que o Mapa do Monitor serve como um diagnóstico, um retrato da situação de seca no mês a que ele se refere, não sendo, portanto, uma ferramenta de previsão/ prognóstico. Cabe aqui citar a possibilidade do Monitor ser utilizado de forma complementar aos prognósticos climáticos divulgados pelos centros federais e regionais de clima, como INMET, CPTEC, entre outros”, esclarece Franklin.

Tradicionalmente o período mais seco ocorre a partir de junho, julho e agosto. A antecipação desse período, seguido de uma temporada de chuva de fraca intensidade, a região já começa a antever o agravamento da situação muito antes do previsto. Além das pastagens e culturas agrícolas, há o risco da temporada de queimadas ser antecipada. A produção de energia também deve ser afetada. A Usina de Água Vermelha que deveria estar com o reservatório cheio, hoje apresenta nível de 13,3% do volume útil. Depois de cair a 1,20% do volume útil em novembro do ano passado, o nível mais baixo da série histórica registrada pelo ONS – Operador Nacional do Sistema, o reservatório da Usina de Água Vermelha registra o índice mais baixo para um mês de março. A média deveria estar entre 70%, como em 2020, ou 99% em 2016.

“Pelo monitoramento mensal que foi feito até agora, o que pudemos notar é que essa situação de piora na condição de seca registrada no noroeste paulista ocorreu em plena estação chuvosa, justamente como resultado de chuvas abaixo da normalidade para o período. Considerando que estamos entrando no período de estiagem climatológica na região, o que se pode esperar é que a situação de seca continue”, diz Francklin do Monitor do Tempo.

São Paulo foi a unidade da federação acompanhada pelo Monitor de Secas com maior percentual de área com seca extrema (14%) e seca grave (37%) em março. O estado também foi o único a registrar seca excepcional no Brasil no último mês: 4%. Esse dado inclui Fernandópolis. Com isso, o estado teve cerca de 55% de sua área com os três níveis mais severos do fenômeno, configurando a situação mais grave de seca no país em março.

O Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - emitiu alerta para risco de queda da umidade relativa do ar. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal é que a taxa que acima de 60%. Nesta sexta-feira, Fernandópolis registrou 35% às 14 horas. Na quinta-feira, esse índice caiu a 24%.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo.

Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

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