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China mira MS para instalar de usina a fábrica de carros

Campo Grande News/ Edivaldo Bitencourt - 17 de janeiro de 2010 - 19:02

Mato Grosso do Sul entrou na mira das grandes indústrias da China, o país mais populoso do mundo e com potencial para ser a maior economia mundial. De olho no potencial sul-mato-grossense, quatro delegações de empresários agendaram visitas ao Estado neste ano.

As grandes empresas chinesas estão interessadas em construir usinas de cana-de-açúcar, siderúrgicas e até fábrica de caminhões e veículos no território sul-mato-grossense. A primeira missão de investidores chineses chega amanhã para uma visita de três dias.

Diretores da Associação Chinesa para a promoção de Ciência, Tecnologia e Finanças, com sede em Beijin (capital federal0, integram a primeira comitiva. Segundo o presidente binacional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil–China, Charles Tang, que acompanha o grupo, é a retribuição protocolar da visita do governador André Puccinelli àquele País.

As próximas missões são ligadas aos setores automobilístico, químico e siderúrgico. “Entre os interessados está a JMC, que fabrica automóveis e caminhões - sócia da Ford e Isusu na Ásia - e também uma sócia chinesa da Mahindra (indústria indiana de utilitários)”, comentou.

Esta primeira missão que ficará no Estado até o dia 20, é integrada pelos empresários Guo Mao Qiang, chefe do escritório em Shanghai da Associação Chinesa para a promoção de Ciência, Tecnologia e Finanças – similar a brasileira Confederação Nacional das Indústrias (CNI) – e de Gu Jing, seu vice, e também empresário da região.

De acordo com Tang, o arrojo do governador André Puccinelli impressionou os industriais chineses durante as visitas que realizou em outubro passado, quando visitou algumas das mais importantes empresas daquele país. “Muitos empresários viajaram de um lado ao outro da China para ir até onde estava o governador”, revela, lembrando que entre estes grupos empresariais estavam a BWD que fabrica desde automóveis, automóveis elétricos, placas solares, baterias, computadores, celulares a estações elétricas solares. “Este grupo tem entre seus sócios o investidor americano Warren Edward Buffett”.

As potencialidades do setor sucroalcooleiro também atraíram o interesse da BBCA - gigante chinesa do setor de bioquímica e química fina. Charles Tang adianta que este grupo buscará parceiros brasileiros para a fabricação de ácidos a partir da cana-de-açúcar.

“A tecnologia chinesa permitirá usar o caldo de cana como matéria prima para fabricação de outros produtos bioquímicos, como o ácido cítrico e lácteo”.

Outro grupo que ficou entusiasmado com a visita sul-mato-grossense foi a Xinsteel, uma das grandes siderúrgicas chinesas. Tang revela que os empresários ficaram muito interessados, principalmente quando o governador falou sobre as reservas de minérios existentes no Estado. “Eles desconheciam as potencialidades de Corumbá”, admite.

O status de um dos principais estados brasileiros em termos de agrobussines, com destaque na produção de carne, grãos, florestas e cana-de-açúcar, também atrair investidas dos empresários chineses. Tang adianta que os chineses têm demonstrado vontade de investir nos setores de celulose, etanol, energia solar para as fazendas e projetos pecuários, e no processamento da carne.

“Cada vez mais a China come mais carne, e o interesse da indústria chinesa está no processo de industrialização da carne brasileira”, revelou.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, não descarta o interesses chinês em construir uma fábrica de automóveis no Mato Grosso do Sul. Ele lembra que a China é hoje o meio produtor mundial de automóveis - registrando em 2009 o número recorde de 13 milhões de automóveis – e também com crescimento expressivo na qualidade dos modelos.

“E claro que esta indústria tem buscado o mercado mundial, da mesma forma como ocorreu no Japão e Coréia do Sul, e neste momento, duas marcas chinesas já estão sendo vendidas no Brasil - a Cherry e Effa Motors, está última é a marca própria de um importador brasileiro”, conta.

Contudo, ele revela que neste primeiro momento, como deverá ocorrer nos próximos dias com a parceria de uma das maiores redes de distribuição de veículos do Brasil com uma marca chinesa, os veículos deveram ser importados e vendidos ao mercado local.

“Serão abertas 25 concessionárias para vender o JAC em todo o Brasil, e desta mesma forma, nesta primeira fase, as fabricas vão procurar parceiros brasileiros, redes locais para importar e distribuir os veículos no mercado local, mas todas estas indústrias, em uma segunda etapa, pretendem montar os veículos aqui e entrar no mercado local com força”, comenta.

Já quanto a possibilidade do Estado em receber a instalação de uma destas montadoras, Tang acredita que há grandes possibilidades.



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