Rita de Cássia Silva Eufrásio, viúva do tenente José Eufrásio da Silva, 49 anos, que faleceu no último dia 15, concedeu entrevista ao Rotativa no Ar, da Rádio Patriarca nesta quarta-feira (26).

Ela estava viajando com dois sobrinhos para o Paraguai e quando chegou na cidade, uma hora da manhã, seu marido já havia morrido.

Em sua casa, ainda sem saber do crime, Rita viu que o seu neto estava sozinho. Perguntou onde estava Eufrásio ele respondeu que o avô havia recebido uma ligação e saído.

Segundo Rita, Eufrásio perguntou se o neto gostaria de ir com ele. O neto questionou se o avô iria ao quartel, porém o tenente disse que não, que iria resolver um problema. Como o neto não quis ir, Eufrásio pediu para que ele fechasse bem a casa.

\"O que me estranhou foi o meu neto se referir ao fato de que ele teria ido atender uma pessoa e não no quartel. Então fica aí a dúvida, pois meu neto não sabia o que estava acontencendo no momento em que eu cheguei em casa\", diz Rita.

A irmã de Eufrásio, em conversa por telefone com o jornalista João Girotto, do programa Rotativa no Ar, disse que entendia ser dispensável a presença do tenente no local do crime. Segundo a irmã, às 22h56 foi feita uma ligação no celular do Eufrásio. Ele falou por 2 minutos. Às 22h58 ele ligou para o quartel. E às 23h04 alguém ligou do quartel para o seu irmão. Às 23h30 foi o óbito dele.

A irmã questiona se estes 26 minutos eram suficientes para ele sair de casa, ir ao quartel, conversar com a mulher do Paulão e ir ao local e acontecer a tragédia.

Rita disse que também possui esta dúvida. \"Em outras vezes que ele foi solicitado por meio de ligação em minha casa com esse Paulo, que estaria envolvido com briga com a esposa ou com alguma outra advertência na rua, eu presenciei uma vez quando ele falou \'leva ele no quartel, deixa ele pousar lá esta noite, que amanhã eu converso com ele\'. E uma outra vez, foi durante o dia. Ele falou para a pessoa que estava no outro lado da linha, falou \'deixa ele aí aguardando, assim que eu subir eu falo com ele\'. Conhecendo ele da forma que eu conheço, ele jamais iria sair daqui à noite para se envolver em uma briga. Ele não iria. Eu conheço ele há 24 anos\", disse.

A viúva acredita que o tenente saiu de casa com outro propósito:\"Ele queria levar sua mãe para viajar, para rever uns parentes em Uberlância. E ele havia pego duas folhas de cheques emprestadas. E uma delas ele estaria tentando trocar. Eu acredito mais que ele estaria tentando trocar este cheque até porque ele convidou o neto para ir. Eu não sei, na realidade, o que está por trás disso. Mas eu só gostaria de saber a verdade. Ao meu ver, ele não iria sair de casa, deixando meu neto, onze e pouco da noite, ou chamá-lo para ir com ele se ele fosse numa briga de casal.\"