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Artigo: Ataydinho....vamos lembrar dele!
Devido ao Alzheimeir, o Ataydinho não se lembrava mais da gente: vizinhos, parentes e amigos inclusive. Mas isso não importa! Nós vamos lembrar dele, guardando sua imagem em nossa memória.
Quem conviveu com esse cearense sabe que é impossível fugir da verdade. Ele acertou, errou, caiu, levantou-se, ousou e procurou escrever sua biografia ao seu modo, fazendo assim a travessia da vida.
Nunca me esqueço dos papos memoráveis sobre as questões da vida, dos casos que ele contava, seu jeito especial de encarar situações e analisar o comportamento deste e daquele personagem.
Exatamente para preservar sua saudável imagem (calça e camisa branca e óculos escuros) não fui visitá-lo. É essa imagem que paira no imaginário da população cassilandense.
Estivemos juntos na política, nas crises econômicas, na fundação do Asilo e nos debates dos problemas da cidade.
Ele misturava sonhos com pragmatismo, era um inquieto por natureza. Sempre estava buscando algo mais em suas atividades e quando precisou recomeçar, fez com raça e determinação.
Mesmo inconsciente, esse baixinho deu grandes lições para quem desfrutava de sua amizade. O seu estilo era próprio, dentro das limitações culturais e do ambiente social da época. Se cada cassilandense tivesse feito um pouco do que ele fez pela comunidade, é possível que a realidade fosse um pouco melhor.
Repetindo: ele não se lembrava mais de nós, mas nós não esquecemos dele.
Agora ele se aquietou.
Saudades dele!
Manoel Afonso