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Zeca sugere que Paraguai pode ser origem de aftosa

Fernanda Mathias / Campo Grande News - 13 de outubro de 2005 - 13:55

O governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, sugeriu esta manhã, após reunião com ministro de Agricultura, Roberto Rodrigues, em Brasília (DF), que o Paraguai pode ser a origem do foco de febre aftosa confirmado no último sábado em Eldorado, a 435 quilômetros de Campo Grande. Conforme reportagem da Folha on line, ele destacou que os focos da doença registrados nos últimos seis anos foram sempre próximo à fronteira com o Paraguai e sempre com o mesmo tipo de vírus, o tipo O.
Ontem o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Cavalléro, foi questionado sobre essa coincidência relacionada ao tipo de vírus, quando recepcionava o ministro no Aeroporto Internacional de Campo Grande e demonstrou irritação, negando que tivesse alguma relação. Segundo ele, no Paraguai a vacina tem cobertura total, contra o vírus do tipo A, O e C. O secretário de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira, disse na mesma ocasião que o governo federal teria sido negligente ao não enviar recursos para sanidade e não manter a doação de vacinas para o Paraguai.
Após reunião com Rodrigues Zeca concedeu entrevista coletiva e afirmou que "estranha que os focos no Mato Grosso do Sul, todos eles, coincidentemente, apareçam na fronteira com o Paraguai." Além disso criticou os embargos à carne sul-mato-grosssense pelos Estados do Paraná, São Paulo e Goiás, o que, segundo ele, “não está sendo positivo”. As investigações sobre a origem do foco, que já gerou embargo de 32 países à carne brasileira, são conduzidas tecnicamente e criminalmente, pelo setor de inteligência da polícia. As investigações técnicas tentarão identificar se houve falhas na manipulação de vacinas contra a doença e se elas estavam dentro do prazo de validade para serem usadas.
De acordo com Zeca apenas o bloqueio dos Estados irá significar uma perda de R$ 10 milhões por mês com ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços). Ontem o superintendente de Administração Tributária do governo, Gladiston Amorim, disse que a perda poderia chegar a R$ 20 milhões, sem contar com o que se deve perder com a desvalorização da arroba.
Zeca ressaltou que é preciso buscar uma nova relação com o Paraguai para tratar da questão da fronteira com mais preocupação, criando mecanismos mais eficientes para controlar o trânsito do gado. Hoje o superintendente de Agricultura em Mato Grosso do Sul, José Antônio Felício, declarou sua preocupação com a fronteira e defendeu presença da segurança nacional. Desde maio o Paraguai é considerado área livre de febre aftosa pela OIE (Organização Internacional de Epizootias) desde maio último e por isso o Brasil precisou editar normas abrindo a fronteira para entrada de gado paraguaio, desde que cumprido todo um protocolo, como passar por quarentena dos dois lados. Conforme a SFA (Superintendência Federal de Agricultura) nenhum animal entrou em Mato Grosso do Sul desde que a norma está em vigor, pelo menos dentro dos critérios exigidos.

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