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Viúva de ambientalista recebe visita de ministra
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, decidiu incluir na sua breve passagem por Campo Grande uma visita a Iracema Sampaio, viúva do ambientalista Francisco Ancelmo Barros, que morreu no domingo, um dia depois de atear fogo ao corpo durante protesto contra a instalação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai, cujos rios chegam à bacia pantaneira. Ela está na casa da viúva, na região do bairro Cabreúva.
A ministra decidiu vir à cidade em função da morte de Francelmo, como era conhecido o ambientalista. Na visita, ela foi acompanhada pelo vice-governador Egon Krakhecke, e o deputado estadual Pedro Kemp, ambos petistas.
Ele militava na causa ambiental há mais de duas décadas. Fundou a Fuconams (Fundação para Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul), primeira ONG ambiental no Estado e a terceira no País. Em 1982, houve empenho do ambientalista quando foi aprovada lei que veta a instalação de usinas. É esta legislação que o governo estadual pretende alterar.
A primeira tentativa foi no final de 2003, através de um decreto. Como houve reação de ativistas e da oposição na Assembléia Legislativa, além da ilegalidade do caminho, o governo declinou e prometeu encaminhar projeto sobre o tema na Assembléia. Chegou a haver uma iniciativa, pelas mãos do deputado Paulo Corrêa, que decidiu retirar a matéria diante da polêmica. Agora veio o projeto oficial do governo.
Pelo texto, fica permitida a instalação de usinas da região norte à sudoeste, passando por cidades como São Gabriel do Oeste, onde nasce o já assoreado Taquari. Há ainda preocupação com a possível contaminação do Aqüífero Guarani, que tem pontos de recarga em locais ainda não conhecidos no Estado.
A iniciativa tem ainda outro ponto contrário, uma resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) de 1985 que impede usinas no Pantanal de MS e de Mato Grosso.