Ciro Bastos, de apenas vinte anos, descobriu recentemente que pode perder a visão. Ele tem uma doença genética que causa deformação na córnea. A única solução é o transplante. Outros vinte e seis mil brasileiros estão aguardando por uma córnea na lista do Sistema Nacional de Transplantes. Pessoas que, como o estudante Ciro, torcem pelo ato solidário da doação de órgãos.


"Pessoal, vocês precisam se conscientizar para fazer a doação de córnea porque quanto mais pessoas doarem, menos pessoas vão ter problemas. Porque tem muita gente precisando, para voltar a viver direito."

Este é o apelo que o jovem Ciro Bastos faz para aquelas pessoas que ainda não estão conscientes sobre a importância da doação de órgãos. O Ministério da Saúde registrou uma alta de vinte por cento no número de transplantes de córnea feitos no primeiro semestre de dois mil e oito. As córneas são um dos poucos órgãos que podem ser doados, quando o coração do paciente pára, e não apenas em caso de morte cerebral, como a maioria dos órgãos. Por isso, o número de doadores pode ser ampliado. É o que explica o coordenador da Central de Transplantes de Alagoas, Carlos Alexandre Oliveira.


"Com o coração parado você pode ter dois tipos de doador; você tem o doador de córnea, que esse é o mais comum para coração parado porque é o mais simples. Você não precisa, efetivamente, de grandes coisas para poder tirar o globo ocular e doar essa córnea."

Carlos Oliveira diz que a decisão de doar os órgãos está totalmente nas mãos da família. Quem tiver interesse em ser um doador, deve informar esse desejo aos familiares ainda em vida.

Reportagem, Leilane Alves