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Valor do mínimo ainda não tem consenso
O salário mínimo foi o foco das atenções na Câmara, nesta terça-feira. Muitos parlamentares usaram a tribuna do plenário para tratar do tema e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, convocou uma reunião de líderes para discutir o assunto. O objetivo da reunião foi avaliar a idéia de criar um grupo de trabalho para discutir uma política para o salário mínimo, a ser adotada a médio e a longo prazo. Mas, após a reunião, que durou horas, não foi possível um consenso entre a base aliada e o governo.
Condições
O líder do PSDB, Custódio Mattos, disse que a oposição até apóia a criação do grupo, desde que, em primeiro lugar, seja instalada a comissão especial mista, prevista regimentalmente, para analisar a medida provisória que estabelece o salário mínimo em R$ 260 (MP 182/04). Para ele, é preciso discutir um valor alternativo ao anunciado pelo Governo.
A oposição também decidiu continuar obstruindo as votações em plenário, caso a base aliada não apóie a criação da comissão para tratar da medida provisória do salário mínimo. Duas outras condições foram impostas pelo PSDB e pelo PFL: a votação nominal em plenário da MP do salário mínimo, de forma a registrar a manifestação do voto dos parlamentares, e a retirada da urgência ao projeto do Executivo que trata das agências reguladoras (PL3337/04).
Negociações
O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, disse que as negociações ainda estão abertas. Em relação ao salário mínimo, até agora não está decidido nada, nem se vai haver um grupo com característica informal para estudar a questão mais profundamente e buscar uma regra mais perene. Também não está decidido se será montada comissão mista para apreciar a medida provisória. Nós ainda estamos em fase de conversações com os senhores líderes, afirmou.
Para o líder do governo, professor Luizinho, a Oposição não pode impor condições à maioria, apenas procurar discutir. Ele afirmou que a Base Aliada não vai ceder às pressões, porque está tranqüila para votar as matérias que estão na pauta do plenário.
Reportagem - Poliani Castello Branco Edição - Maristela Sant´Ana