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Tráfico de 'selinhos que viciam' cresce e desafia forças de segurança

Campo Grande News - 10 de maio de 2016 - 06:15

Uma droga sintética muito usada principalmente em festas rave, tem sido apreendida com maior frequência em Mato Grosso do Sul. É o LSD, que muitos chamam de “selinho”. Só no ano passado, a Polícia Federal apreendeu 5.130 “pontos” dessa droga que, por ser produzida quimicamente, é de difícil identificação rápida. Nos anos anteriores, da PF não fez nenhuma apreensão deste entorpecente.

De acordo com a Sejusp (Secretaria Estado de Justiça e Segurança Pública), as polícias Civil e Militar fizeram apreensões do entorpecente em Bonito, Rio Negro, Dourados e Campo Grande. O primeiro registro que se tem notícia foi em 2014, quando em Dourados o 3º Batalhão da PM (Polícia Militar), depois de receber denúncia anônima, apreendeu a droga que estava sendo vendida em um comércio no centro da cidade.

Na época, o 3º BPM era comandado pelo coronel Ary Carlos Barbosa, que hoje está à frente do DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Ele diz que estava sendo realizada uma festa rave na cidade e, após receber uma denúncia, policiais foram até o local indicado e fizeram a apreensão de cartão com cerca de 20 a 30 selinhos.

Para tentar escapar da polícia, os traficantes “colam” os selinhos em material do tamanho de um cartão, geralmente formando imagens infantis e coloridas. Segundo a Sejusp, o IALF (Instituto de Análises e Laboratório Forense) só conseguiu identificar a droga após complexos exames e trocas de informações com os laboratórios do Rio de Janeiro e São Paulo, em 2014.

De acordo com a diretora do IALF, perita Josemirtes Fonseca da Silva, esse tipo de droga é mais apurada que a cocaína ou a maconha e tem composição semelhante ao LSD e o ecstasy. Segundo ela, em alguns casos os reagentes não dão resultado positivo para exame de constatação de entorpecente. Segundo a Sejusp, derivados de metanfetamina e outras substâncias altamente alucinógenas e viciantes chegam por meio de turistas ou correspondências vindas da Europa.

“Não existe nenhum tipo de estudo aprofundado sobre essas drogas e ninguém sabe ao certo a quantidade que pode levar à overdose, por isso são consideradas muito perigosas”, afirma o perito do IALF, Evandro Rodrigo Pedão. Entre as próprias instituições de segurança pública não existe definição uniforme dessa droga. Uns chamam de “selinho” e, no caso da Polícia Federal, as apreensões são registradas como “pontos”.

A droga é disposta sobre o cartão como se fosse um mosaico, ou um quebra cabeças, em que cada “ponto” ou “selinho” forma uma figura e é vendido separadamente. No caso da apreensão de Dourados, cada selinho era vendido a R$ 50,00. O entorpecente faz efeito depois que é colocado debaixo da língua.

Por ser pequeno, na maioria das vezes o entorpecente é entregue pelos fornecedores em envelopes e até via Correios. O coronel Ary Carlos Barbosa chama a atenção dos pais, pois como a droga se assemelha a um cartão postal com desenhos coloridos de princesas, castelos e super-heróis dos desenhos animados, ela pode não chamar a atenção. “É bom que os pais fiquem alertas, porque aparentemente é um papel acima de qualquer suspeita”, alerta o militar.

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