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Tombou a guerreira Adgmar Alves Batista

‘Quem não tem medo da vida, não tem medo da morte’

Por Manoel Afonso - 05 de julho de 2015 - 19:16

A frase acima de Arthur Shopenhauer se encaixa como uma luva na trajetória de vida desta mulher, um exemplo de garra, determinação, de muita superação de dores e traumas acima de tudo.

Claro que essa é a opinião unânime de toda cidade e de todos que a conheceram, mas alguém tem que registrar publicamente ou deixar escrita uma manifestação do fundo da alma, para que isso sirva não só de conforto aos familiares, bem como de exemplo de vida a todos nós.


Ao perder as duas filhas e o genro prematuramente, ’dona Dagmar’ – como era reconhecida – aprendeu que a morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas. Ela passou a sofrer duplamente: as dores espirituais, do coração, da perda - e as dores físicas da sua própria doença que já se manifestara.

Claro que atrás daquela fortaleza havia também outra personagem, a figura angelical da mãe, inconformada com aquelas vidas ceifadas implacavelmente. Afinal, aprendemos desde pequenos que no ciclo natural da vida são os filhos que sepultam seus pais. Quando ocorre a inversão a dor é maior, incomensurável!


Mas aqui seria imperdoável omitir sua lição de coragem, mas como mulher empreendedora ao longo de meio século de trabalho, enfrentando crises econômicas e os desafios naturais da época, servindo como referência para novos empreendedores que acreditavam na cidade. Aliás, eu e o Girotto fomos incentivados por ela – com seu otimlismo – para vir morar na cidade.


Não sairão jamais da nossa memória e da nossa retina, as imagens dela: sorridente, com cordialidade impar ainda lá naquele velho prédio do restaurante e cantina. Ela sempre tinha uma solução para os mais diversos problemas próprios do comercio. Ela sonhou e realizou. Com sua força construiu o novo prédio do hotel e do novo posto inclusive. Quando construiu sua residência, justificou-me: “a gente precisa ter uma casa digna para ser velada na morte”. Lembro bem da frase.


Cassilândia tem uma dívida de gratidão enorme para essa mulher batalhadora. Seu exemplo de vida é um livro aberto para toda a cidade.


Que os netos se espelhem nela para continuar sua obra.


E ela - merece descansar em paz.


Manoel Afonso

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