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Sarney apóia decisão de cancelar visto de jornalista

Marcos Chagas/ABr - 12 de maio de 2004 - 16:29

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou hoje que a reação do governo de cancelar o visto do correspondente do jornal americano New York Times no Brasil, Larry Rohter, não poderia ser diferente diante da reportagem veiculada no último sábado pelo jornal sobre uma "preocupação nacional" com o consumo de bebida alcoólica pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu acho que não podia ser outra. Uma matéria muito preconceituosa, inverídica e que fere a imagem do Brasil. Então, o país tem que reagir", defendeu.

Ainda segundo o presidente do Senado, esta reação foi na mesma intensidade dos prejuízos causados pela reportagem à imagem do país e do presidente Lula. "O New York Time é um jornal que tem uma responsabilidade muito grande, uma visibilidade e leitura mundial e, portanto, uma coisa desse tipo atinge a imagem do país", ressaltou.

Perguntado se a atitude do governo brasileiro não abre um precedente grave na democracia, o senador José Sarney lembrou que os americanos, algumas vezes, já fizeram a mesma coisa em relação a pessoas que eles consideram não ser do interesse do país. Sarney acrescentou que as pessoas "governam diante de circunstâncias e o presidente deve ter tomado esta medida com base nas circunstâncias, pesando todos os aspectos".

O ex-presidente e embaixador do Brasil em Roma, Itamar Franco, também saiu em defesa da decisão do governo de expulsar Larry Rohter do Brasil. "Não se pode admitir que com uma reportagem inverídica, o jornalista desonre a imagem do presidente ou do país", disse.

Itamar Franco negou que a atitude do governo Lula vá prejudicar a imagem do Brasil no exterior. "Prejudicaria se ele (Lula) não tivesse feito nada porque a repercussão internacional foi muito grande".

Já a oposição reagiu negativamente a decisão do governo. O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que houve excesso por parte da reportagem de Rohter. No entanto, destacou que "a forma de coibir eventuais excessos de liberdade de imprensa não é a truculência. Eu acho que com isso aí o jogo fica empatado e quem age com a truculência no empate ainda fica em desvantagem".

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) apresentou requerimento à Mesa Diretora para que o ministro da Justiça, Márcio Thomáz Bastos, seja convocado ao Senado para prestar esclarecimento sobre a suspensão do visto temporário do jornalista americano

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