Projeto de lei apresentado ao Senado pelos parlamentares Delcídio do Amaral (PT-MS) e Jayme Campos (DEM-MT) iguala o fuso horário de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso aos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Hoje, ele é de uma hora a menos em relação à de Brasília.

Ao justificar o pedido de mudança, os parlamentares alegam que a unificação do horário dos dois estados com o vigente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, atende à reivindicação de vários setores da sociedade, como a Federação das Indústrias, as associações comerciais e as empresas do mercado financeiro.

Citam também os meios de comunicação que retransmitem programação nacional, que no mês passado tiveram de atrasar horários de programas para atender a determinação do Ministério da Justiça. Desde então, a discussão ganhou mais corpo.

Por que mudar ? - “As dificuldades de viabilização de negócios sujeitos a horários específicos nas demais regiões, com ênfase no Sudeste, como as operações do mercado financeiro, são amplamente conhecidas. Quando se encerram os pregões da Bolsa Valores de São Paulo, ou quando são fechadas as instituições bancárias, Cuiabá e Campo Grande perdem uma hora de que poderiam dispor para amadurecer decisões ou viabilizar importantes participações em operações dessa natureza.”, afirma a justificativa do projeto.

Os senadores prosseguem dizendo que “no campo da comunicação, a diferença de fuso horário leva os habitantes da parte Oeste do Brasil a adotarem hábitos peculiares para contornarem as limitações que lhe são impostas”.

A mudança de horário já tem precedente, lembram os parlamentres, considerando que há 15 dias, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou projeto de lei do senador Tião Viana (PT-AC) que altera o fuso horário do Acre, de parte do Amazonas e do Pará. O novo horário entra em vigor em julho.A proposta apresentada pelos senadores de MT e MS é, segundo eles divulgaram, o aprimoramento do projeto de lei 322, proposta em 1991 pelo ex-senador Júlio Campos, irmão de Jayme Campos, que pretendia unificar a hora em todo o território nacional.

Na época, vigoravam no Brasil quatro fusos horários, o que, segundo o ex-senador, era compatível apenas com as etapas iniciais do processo de modernização do Brasil, mas não respondia às necessidades do desenvolvimento tecnológico e industrial que encurtou distâncias e aproximou os povos.