O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, criticou, há pouco, a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. Ele já havia começado a depor quando foi divulgada a decisão do STF.

Costa disse que trabalhou durante sete anos em uma casa alugada em Brasília por Vladimir Poleto, que foi assessor do ministro Antonio Palocci quando este foi prefeito de Ribeirão Preto (SP). O caseiro confirmou que Palocci freqüentava a casa, onde era tratado como "o chefe". Costa disse também que, junto com o motorista, levou dinheiro para o assessor Ademirson Ariovaldo da Silva no Ministério da Fazenda.

"Acho que a decisão não foi a bem do serviço da moralidade. Deveria ser ouvido [o caseiro]. O fato é público, a autoridade é pública, e deveria ser apurado", disse Busato. Segundo ele, a OAB sempre defendeu a integridade do ministro da Fazenda. "Eu preferia que fosse apurado até as últimas conseqüências. É estranha essa tentativa do presidente Lula, que tanto disse que seu governo é o governo que mais investiga, que mais é transparente, que mais quer apuração dos fatos, mas, na prática, age de outra forma", afirmou.

O presidente da OAB fez as declarações ao chegar ao Supremo Tribunal Federal para assistir à posse do novo ministro Enrique Ricardo Lewandowski.