A Polícia Civil instaura inquérito para apurar a morte do torcedor corintiano espancado por palmeirenses em São Paulo. Marcos Gabriel Cardoso Soares, de 16 anos, foi agredido domingo, na Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, antes do jogo no estádio do Morumbi, na Zona Sul.

Atendido pela PM, foi levado a pronto-socorro, recebeu alta e morreu na madrugada de segunda-feira. A Polícia Civil ouve testemunhas e familiares, e aguarda laudo do IML para apurar se houve também imperícia médica.

Segundo a diretora do Pronto-Socorro Municipal da Barra Funda, Castálide Campos Lopes, os exames não revelaram gravidade no quadro. Marcos Gabriel Cardoso Soares, que treinava futebol na escolinha de Marcelinho Carioca, foi sepultado no cemitério da Saudade, na Zona Leste.

Domingo, início da tarde, quando houve o confronto fatal, torcedores de Corinthians e Palmeiras estavam preparados para uma “guerra”. O encontro aconteceu perto da estação Barra Funda do Metrô, diz o gerente de Segurança da CPTM. Segundo Leopoldo Correa Filho, apesar do esquema de escolta de torcidas, nesse dia a batalha no terminal ferroviário foi inevitável.

Principal responsável pela segurança em estádios, o tenente-coronel da PM, Marcos Marinho, admite dificuldade para impedir cenas como a de domingo. Infiltração de policiais em torcidas organizadas talvez ajude a PM a antecipar e prevenir ações como a que aconteceu no fim de semana.

A alternativa é trazida pelo promotor de Justiça Fernando Capez, que encabeçou ações para pôr na ilegalidade algumas dessas organizações. Segundo o Estatuto do Torcedor, federações e clubes de futebol têm de garantir a segurança do público num raio de 5 quilômetros do estádio. A briga entre corintianos e palmeirenses no domingo aconteceu na Barra Funda, a mais de 20 quilômetros do Morumbi.