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Pobres: Morte e baixo peso dos bebês são mais comuns

Agência Notisa - 24 de novembro de 2004 - 14:20

O Brasil é um país marcado por desigualdades, e essas desigualdades refletem-se, inclusive, na área da saúde. No Rio de Janeiro, por exemplo, a mortalidade de crianças recém-nascidas, assim como o risco de apresentarem baixo peso ao nascer, é maior para aquelas cuja família possui menor renda e baixo nível educacional. Essa é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz com 10 mil parturientes de maternidades públicas e particulares do município do Rio.

As parturientes responderam a um inquérito 48 horas antes do parto. De acordo com artigo publicado, em 2004, no suplemento 1 dos Cadernos de Saúde Pública, “foram considerados como desfechos adversos o baixo peso ao nascer (
Os pesquisadores constataram que as probabilidades de mortalidade perinatal e de baixo peso ao nascer foram maiores para as mães analfabetas ou que possuíam apenas o ensino fundamental. Para se ter uma idéia, a diferença relativa entre as taxas obtidas na categoria de menor nível de instrução e as obtidas na de maior nível foi de 64%. “51,05% dos óbitos perinatais poderiam ser evitados se todas as mães tivessem o nível superior de instrução”, ressaltam no artigo.

Em relação à renda do chefe de família, a equipe observou que as diferenças são ainda mais nítidas: “para baixo peso ao nascer, por exemplo, a proporção varia de 10,73%, para a categoria de renda inferior a R$ 200,00, a 5,88% para a categoria de renda superior a R$ 2.000,00. 50% mães mais pobres detêm 64% dos óbitos perinatais, enquanto as 10% mais ricas, somente 2,5% desses óbitos”. Segundo os pesquisadores, cerca de 70% dos óbitos não ocorreriam se todas as mães tivessem o melhor nível de renda.

Por isso, eles alertam para a necessidade de se enfrentar a desigualdade no âmbito da saúde infantil: “não apenas pelo compromisso ético com a maior eqüidade social e econômica, mas, sobretudo, porque é preciso definir claramente estratégias de redução das desigualdades, através de ações objetivas e exeqüíveis em circunstâncias de restrição orçamentária”.


Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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