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PM podia ter atirado, mas não para matar marido, acredita promotor

Anahi Zurutuza, Campo Grande News - 19 de julho de 2016 - 17:01

Embora tenha concordado com a soltura da tenente-coronel da Polícia Militar, Itamara Romeiro Nogueira, 40, o MPE (Ministério Público Estadual) pediu que a liberdade dela seja vigiada, uma vez que há a possibilidade da servidora ter premeditado o assassinato do marido supostamente infiel, o major Valdeni Lopes Nogueira, 47. Para a Promotoria, a PM tinha condições de atirar apenas para imobilizar o homem, durante a discussão.

O promotor Gerson Eduardo Araujo contesta a versão de Itamara. A defesa dela alegou no pedido de liberdade que a militar atirou no marido para se defender durante uma discussão. Mas, Araujo ressalta que a tenente-coronel é uma PM experiente e poderia ter atirado apenas uma vez caso a intenção realmente fosse de se proteger.

“É forçoso reconhecer, ao menos hipoteticamente, que a requente poderia, por ocasião dos fatos, ter efetuado apenas um disparo de arma de fogo contra a vítima (e não dois)”, argumenta o promotor, destacando ainda que os disparos poderiam ter sido feitos em direção a regiões menos vitais do corpo do marido.

“Não se pode olvidar que a requerente, que é integrante da Polícia Militar e ostenta a alta patente de tenente-coronel, possui técnicas de defesa pessoal e facilidade no manuseio de arma de fogo”, continua a argumentação.

O promotor levanta a hipóteses de Itamara ter planejado matar o companheiro para se vingar de traições descobertas. “As circunstâncias do caso concreto permitem a ilação de que a requerente, impelida pelo sentimento de ódio, premeditou o crime de homicídio para se vingar das relações extraconjugais que a vítima manteve durante a convivência do casal”.

Contudo, Araujo destaca ainda que é necessário ouvir familiares e testemunhas, além de esperar os resultados da perícia feita no local do crime e do exame de corpo de delito feito em Itamara para que se chegue a uma conclusão sobre o que aconteceu na tarde de de terça-feira (12).

Liberdade – Como Itamara é ré primária, possui profissão definida e residência fixa, além de não ter demonstrado a intenção de fugir, o promotor deu parecer favorável a soltura dela, sob algumas condições.

O pedido da revogação da prisão preventiva foi deferido pelo juiz Alexandre Tsuyoshi Ito hoje (19) e a policial pode ser solta a qualquer momento.

A Justiça determinou, entretanto, que ela não se ausente da cidade e que compareça em juízo trimestralmente.

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