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Petrobrás retira desconto do gás natural

Contexto Assessoria - 04 de agosto de 2005 - 09:03

A Petrobrás retirou o desconto que concedia as distribuidoras na comercialização do gás natural boliviano, o que vai provocar o aumento do preço do produto. A informação foi divulgada na tarde desta quarta-feira, em entrevista coletiva pelo diretor presidente da MSGÁS, Mauricio Arruda.

Arruda explicou que na manhã de ontem participou em São Paulo de uma reunião na sede da Associação Brasileira das Empresas Canalizadoras de Gás Natural (Abegás), com representantes de várias companhias distribuidoras do produto e dirigentes da Petrobras, onde foi ratificada a decisão da estatal acabar com o desconto que praticava para as distribuidoras,e que já havia sido comunicado na semana passada em um oficio extremamente confuso.

O diretor-presidente da MSGÀS disse que a Petrobrás vinha praticando um desconto variável desde abril de 2003, com o objetivo de garantir que o preço do produto sempre ficasse abaixo do valor contratual que é de US$ 4,26 por milhão de BTU. Com esse desconto o valor que companhia sul-mato-grossense e as outras que operam com o produto boliviano é hoje de US$ 3,57 por milhão de BTU.

“A Petrobrás adotou esse desconto para fazer com que o gás natural boliviano, que na época era mais caro que o brasileiro, ficasse mais competitivo, e também porque tinha um cenário altamente favorável para incentivar o crescimento do mercado do produto, com um contrato para a compra de até 30 milhões de BTU por dia, mas consumindo apenas 13 milhões de BTUs e descobrindo novas reservas na Bacia de Santos”.

Arruda lembra, entretanto, que neste ano o cenário mudou. As reservas descobertas na Bacia de Santos somente poderão ser exploradas a médio e longo prazo e produzindo aquém do esperado; o consumo de gás natural no País cresceu além do previsto e colocou em risco o ‘lastro’ – reserva estratégica da empresa para abastecer as termoelétricas em caso de um novo risco de apagão; além do preço do barril de petróleo, ao qual está atrelado o preço do gás natural boliviano por contrato, disparou no mercado internacional, fazendo com que a concessão desse desconto causasse um prejuízo de mais de US$ 51 milhões a Petrobrás, somente nos últimos quatro meses.

“Em razão desses fatores a Petrobrás decidiu então acabar com esse desconto para as distribuidoras que operam com o gás natural boliviano, que são as empresas de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Para não provocar um impacto muito grande no mercado de uma única vez, a empresa decidiu em uma medida que valeria já a partir de 1º de agosto, acabar com o desconto variável, e conceder somente até setembro um desconto fixo de US$ 0,18 por milhão de BTU sobre o valor do contrato,o que faria com que preço saltasse para US$ 4,08 por milhão de BTU, representando um aumento de 14,28%”, relata.

A partir de outubro, o diretor-presidente da MSGÁS relata que Petrobras acabaria de uma vez com todos os descontos e passaria a praticar o preço de contrato, que se chegaria ao preço de aproximadamente US$ 4,44, representando uma alta no total de 24%.

“Entretanto, devido às manifestações que a medida despertou em todo o País, a Petrobrás decidiu, pelos próximos 20 ou 30 dias, adiar o fim do desconto. Nesse período a empresa estará analisando sugestões que nós apresentamos durante a reunião de ontem. Mas uma coisa é certa, haverá o fim do desconto e o preço do gás natural vai subir”, afirmou.

Para minimizar os impactos que o reajuste possa ter no Estado, Arruda já se reuniu com o governador Zeca do PT para definir uma estratégia para enfrentar essa situação. “Por ordem do governador estaremos iniciando estudos técnicos para verificar quanto desse reajuste nos poderemos absorver, para não prejudicar o crescimento do mercado de gás natural no Estado, e como faremos para repassar ao consumidor o percentual que não conseguirmos absorver”, salientou.

O diretor-presidente da MSGÀS frisou ainda que os investimentos que a empresa vem realizando em Campo Grande, para a ampliação em 51 quilômetros os ramais que abastecem a cidade não serão de maneira nenhuma prejudicados. “Hoje temos seis frentes de obra em vários pontos da cidade. Em breve teremos mais quatro postos oferecendo o GNV, estamos conquistando mais clientes no segmento comercial, com o Restaurante Kendô e o Café Mostarda, e também no residencial, levando o gás a edifícios como o Monet. Independente da crise, nós continuaremos a trabalhar”, concluiu.

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