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Pecuaristas propõe alternativas para Sisbov

Famasul - 26 de julho de 2004 - 15:52

As entidades representativas dos pecuaristas brasileiros propuseram ao governo federal a criação de um sistema de rastreabilidade alternativo ao Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Conforme o coordenador do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antenor Nogueira, os dois sistemas coexistirão por tempo indeterminado, podendo o produtor optar pelo que mais lhe convier.

A CNA e a Sociedade Rural Brasileira (SRB) se dispõem a contratar técnicos de notória capacidade para elaborar um novo sistema de rastreabilidade que, além de levar em conta as exigências da União Européia, também contemple as diferenças regionais brasileiras e os vários níveis de tecnificação dos criatórios nacionais, de acordo com o porte dos produtores. "Não se pode conceber um sistema de rastreabilidade que não leve em conta a realidade econômica e tecnológica de um microprodutor que tem dez ou 15 animais".

Para o dirigente da CNA, o ponto crucial para os pecuaristas é que a adesão a qualquer dos sistemas seja voluntária, pois para micro e pequenos pecuaristas, bem como para produtores de leite, a rastreabilidade não é interessante.

O dirigente da CNA lembra ainda que o Sisbov prevê também a identificação genealógica dos animais cadastrados, algo considerado impraticável para os grandes rebanhos de corte. "Considerando-se que o criador adote a recomendação técnica de um touro para cada 25 vacas, imagine a loucura para controlar as informações de paternidade num plantel de mil vacas. Só se fizer teste de DNA", ironiza Nogueira.

Crítica

Iniciado em 2002, o Sistema Brasileiro de Identificação de Origem de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) provocou uma divisão na cadeia produtiva da carne. De um lado, a favor do sistema, estão o Governo federal, certificadoras e a indústria exportadora de carne. Do outro estão pecuaristas e entidades ligadas à agropecuária, que condenam a obrigatoriedade do sistema e alegam dificuldades técnicas e financeiras de execução.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fixou janeiro de 2008 como limite para que todo o rebanho nacional, estimado em 190 milhões de cabeças de bovinos e búfalos, esteja integrado ao Sisbov. Até agora, 26 milhões de cabeças já passaram pela certificação.

"É absurda a certificação individual em um país em que até seres humanos não têm suas carteiras de identidade", afirma o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) João Almeida Sampaio Filho, que integra a comissão criada pelo Mapa para discutir o Sisbov.

A comissão foi uma sugestão de deputados federais ruralistas. No entanto, de acordo com a coordenadora substituta do Sisbov na Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério, Natércia de Araújo, não terá poder de decisão. "A comissão é uma busca paralela de melhoria para o sistema, mas temos pontos que são irreversíveis, como a obrigatoriedade da certificação e o cumprimento dos prazos estabelecidos", afirmou Natércia.

Exportações

O maior argumento do Governo, das certificadoras e da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec) é que foi após a criação do Sisbov que o país consolidou-se como principal exportador mundial de carne bovina. Há três anos, o Brasil ocupava o terceiro lugar no mercado internacional de carne bovina. Hoje, o país lidera o ranking com exportações de US$ 4 bilhões no ano passado e uma meta de atingir US$ 5 bilhões neste ano. "Cada vez mais será necessário o atestado de origem e a rastreabilidade de qualquer produto, seja de origem animal, seja vegetal. É nesse contexto que o Sisbov existe", afirma Antônio Camardelli, da Abiec.



Autor:
O Popular/GO e Hoje em Dia/MG, adaptado por Equipe BeefPoint

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