Os partidos que compõem a base aliada do governo no Senado só vão indicar os nomes dos parlamentares que comporão a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar denúncia de corrupção nos Correios depois que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara se pronunciar sobre o recurso impetrado na sessão do Congresso da última quarta-feira, pelo deputado João Leão(PL/BA). O parlamentar baiano questiona a abertura da CPMI, alegando que não existe fato determinante para a instalação da Comissão.
Em entrevista ao programa Noticidade, da Rádio FM Cidade de Campo Grande, o líder dos partidos aliados, senador Delcídio do Amaral (PT/MS), afirmou que não vai haver precipitação.
- O importante agora é conhecer o resultado do julgamento do recurso impetrado na CCJ. A Constituição brasileira determina que uma CPI só pode ser instalada se houver um fato determinante e os motivos alegados pelos que defendem a CPI estão sendo contestados pelo deputado João Leão. Vamos esperar para ver – afirmou Delcídio.
O líder garantiu que o governo não teme os desdobramentos da CPI dos Correios.
- O presidente Lula e todos nós que fazemos parte da liderança do governo no Congresso estamos absolutamente tranqüilos em relação a esse assunto. A denúncia já está sendo investigada pela Polícia Federal e, caso seja comprovada, os responsáveis serão punidos, doa a quem doer – garantiu o senador.
Delcídio disse que a única preocupação é não deixar que a CPI,se for realmente instalada, se transforme em palanque eleitoral.
- As investigações terão que se concentrar nas denúncias contra os Correios e não extrapolar para as demais estatais, para não prejudicar o andamento normal dos demais trabalhos do Congresso e do governo. Estamos dispostos a negociar com os partidos da oposição a composição da CPI. A orientação é lutar pela presidência e a relatoria. Se não for possível um acordo, vamos nos basear no regimento e o que ele determina é que os partidos que têm maioria na Câmara e no Senado indiquem os nomes para compor a mesa diretora dos trabalhos – ponderou Delcídio.