É inacreditável a total inversão de valores que se observa em nossa sociedade hodiernamente, refiro-me ao atropelamento de uma criança em nossa cidade, ontem. Lamentavelmente a mesma veio a óbito. Respeito os sentimentos da família, não há nada que possa ser feito, muito menos falado que amenize essa dor dilacerante, no entanto não é nos colocando contra a polícia, como muitos tem feito, que apoiaremos a família.

A polícia não é a culpada pelo ocorrido, ela estava cumprindo o seu papel, estava fazendo ronda na “cracolândia” cassilandense, motociclistas se evadiram e uma delas estava com a placa camuflada, atitude obviamente com segundas intenções. Qualquer policial comprometido com a população perseguiria uma moto assim. É lógico que quem se evadiu não se preocupou com a segurança de ninguém, logo a polícia teve de reagir à altura.

Agora aparecem muitos “especialistas em segurança pública” orientando sobre como a polícia deveria ter reagido. O que me estranha é que leigos entendam mais sobre o ofício dos policiais, que passaram por uma academia que os preparou para o exercício de suas funções! É o mesmo drama vivenciado por nós, professores, aparentemente toda a sociedade tem a receita pronta para resolver todos os problemas da Educação, somente nós, docentes, é que sabe-se lá o porquê não conseguimos enxergar essa panacéia do conhecimento.

A grande verdade é que escola e polícia não podem fazer o papel da família. Quase que invariavelmente esse menores delinquentes são frutos de lares desestruturados, pais ausentes, omissos, sem pulso. Então joga-se o problema para cima das instituições, sobretudo dos proletários, que são o lado mais fraco.

A família é a célula da sociedade. Nossa sociedade está doente, perdida, sem referências porque parcela significativa das famílias assim o estão. Pais ausentes, em sua grande maioria, se tornam permissivos por desencargo de consciência, tentam compensar seus rebentos pelos longos períodos de ausência e acabam desautorizando as autoridades constituídas (professores, conselho tutelar, polícia...) diante de seus filhos, que passam a se rebelar contra toda a ordem estabelecida como se ela existisse para nos tolher, e não nos proteger.
A polícia cassilandense, tanto civil quanto militar está de parabéns, nunca em toda nossa história houve um contingente tão eficiente, prova inconteste disso são os expressivos números de “bocas de fumo estouradas” e traficantes presos. Onde estão os membros da gangue que a até bem pouco tempo assolavam nossa comunidade? A maioria está ou cumprindo medida sócio educativa ou se “emendou” e está trabalhando.

Para concluir, apelo a alguém que, sem sombra de dúvida, tem muito mais predicados para falar de tal tema que eu, o apóstolo Paulo:
“Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal.”
(Romanos 13:3)




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