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Número de casos de Alzheimer dobrará a cada 20 anos

Agência Notisa - 16 de março de 2006 - 08:12

Segundo artigo publicado na “Lancet”, embora a doença deva crescer em todo o mundo, países em desenvolvimento serão mais afetados. Na China e em seus vizinhos do Sul do Pacífico é previsto um aumento de 300% no número de casos.

Preocupados com o aumento de casos de Alzheimer, 12 especialistas de diferentes nacionalidades realizaram uma revisão sistemática dos estudos publicados sobre a demência. O objetivo foi determinar sua prevalência para cada região do mundo segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). “As estimativas e as projeções da população das Nações Unidas foram usadas para estimar os números de pessoas com demência em 2001, em 2020 e em 2040. Estimamos taxas da incidência de prevalência, remissão e mortalidade”, afirmam os autores da pesquisa em artigo publicado na “Lancet”.

Segundo o texto, os dados foram calculados para homens e mulheres combinados, divididos em faixas etárias de 5 anos (para os que possuíam entre 60 e 84 anos de idade) e em um grupo com pessoas de 84 anos ou mais. Os resultados do estudo são alarmantes: “nós estimamos que 24,3 milhões de pessoas sofrem de demência hoje, com 4,6 milhões de novos casos a cada ano (um novo caso a cada 7 segundos). O número de pessoas afetadas dobrará a cada 20 anos, chegando a 81,1 milhões por volta de 2040”, afirmam Cleusa P. Ferri, do Alzheimer`s Disease International (Londres), e demais autores no artigo. Dois pesquisadores brasileiros também participaram do estudo: Paulo R. Menezes e Márcia Scazufca, ambos da USP.

Os resultados da pesquisa comprovaram que, apesar de afetar todas as regiões do mundo, a distribuição da demência entre os países não é uniforme: em 2001, 60% das pessoas com demência viviam nos países em desenvolvimento, número que deve chegar a 71% por volta de 2040. As taxas de crescimento da doença também são desiguais. “Os números em países desenvolvidos devem aumentar em 100% entre 2001 e 2040, mas é previsto um aumento em mais de 300% na Índia, China e seus vizinhos do oeste do Pacífico e do sul da Ásia”.

Os pesquisadores lamentam a escassez de estudos bem planejados e representativos em muitas regiões do globo. “Acreditamos que as estimativas detalhadas neste trabalho constituem a melhor base de dados disponível atualmente para planejamento, elaboração de políticas e alocação de recursos de saúde e bem-estar”, concluem.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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