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Não é uma dipirona, diz Mandetta sobre cloroquina

Campo Grande News - 23 de março de 2020 - 08:20

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a criticar neste domingo a correria que muitas pessoas, “por pânico”, provocaram pela compra do medicamento à base de hidroxicloroquina. Na entrevista diária realizada para divulgar informações sobre o corona vírus, o ministro alertou que o medicamento, assim como a cloroquina, não é para as pessoas utilizarem em suas residências a título preventivo. Inclusive, alertou, as pessoas confundiram os remédios.

O primeiro medicamento é utilizado por pacientes com lúpus e artrite reumatoide, e após a divulgação de que teria efeito em casos do Covid-19, ele sumiu das prateleiras das farmácias, prejudicando os doentes que o utilizam. Já havia sido feito um alerta para que as pessoas retornassem e devolvessem os estoques. Inclusive a Anvisa passou a exigir receita médica para a venda.

Já a cloroquina é para doentes com malária e teria apresentado alguma resposta em episódios em outros países para o corona. Ela não é vendida em farmácias, alertou o ministro. Ele explicou que é fornecida pelo governo federal, havendo produção em quantidade suficiente pela Fiocruz e laboratórios privados. O ministro citou que após a expectativa que se criou, com divulgação pelos presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e brasileiro, Jair Bolsonaro, há muitos pedidos para que seja usada nos doentes com corona vírus.

Segundo ele, deve ser um emprego cauteloso, daí a necessidade que seja de uso hospitalar e com acompanhamento médico, porque apresenta riscos de sequelas graves, oculares, auditivas e hepáticas.

Além disso, alerta, a cloroquina é um medicamento sem resultado com comprovação científica para o corona vírus, havendo somente indícios. “Não sabemos se foi decisivo para o tratamento”, disse, destacando a necessidade de haver mais pesquisas.

Mandetta informou que há produção suficiente, inclusive o Brasil fornece o medicamento até para a África.

Não é um paracetamol- Mais cedo, em entrevista ao Campo Grande News, o infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, professor do curso de Medicina da UFMS e também coordenador na Fiocruz, no Rio de Janeiro, igualmente demonstrou preocupação com a banalização dos medicamentos, alertando que não eram simples como um paracetamol. O médico afirmou que o uso fora da indicação da hidroxicloroquina poderia causar resultado grave.

Conforme ele, a medicação é de uso em dose curtíssima, comentando que houve emprego também em doentes com chikungunia, somente depois que o tratamento com outras drogas não apresentou boa resposta.

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