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Geral

Mulheres somam 68% da força de trabalho no Judiciário

07 de março de 2008 - 15:32

O trabalho da mulher, que há pouco tempo resumia-se aos afazeres domésticos, conquistou o mercado de trabalho. Hoje o Poder Judiciário Estadual tem 68% de seu quadro de servidores composto por mulheres.

Apesar da dura realidade do mercado de trabalho, elas chegaram lá. Nas secretarias do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul é fácil observar mulheres ocupando cargos de chefia. Somente como diretoras de Secretaria existem seis, e mais uma, a Dra. Maria Elena Selli Rizkallah, como a Diretora Geral de todas essas secretarias. Ela conta que chegar nesse cargo não foi fácil, e teve que passar por inúmeros percalços pelo fato de ser mulher e ter que provar, em vários momentos, a qualidade do seu trabalho.

Essa participação na força de trabalho vem da valorização das características femininas, principalmente em modelos administrativos, que acabam com a hierarquia verticalizada e procuram profissionais cooperativos. A Diretora da Secretaria de Gestão de Pessoal, Zelma Araújo Teixeira Munhoz, é um exemplo, porque administra todo o setor funcional desse Poder. Ela resume que a mulher é mais dedicada no trabalho.

Mas seja qual for o setor, o esforço feminino é inevitável, pois não é fácil ser mulher, em um mercado com raízes machistas. Exige-se mais força de vontade para encarar os desafios, conquistar espaço e atingir a realização pessoal.

As servidoras que são mães no Judiciário Estadual somam 907, e assim como milhares de mulheres que dividem o tempo do trabalho com os cuidados e educação dos filhos, a chefe do cartório da 1ª Turma Cível, Andréa Fava Santos, mãe da Marina (5) e do Miguel (1), divide o seu tempo entre a rotina do trabalho, os afazeres da casa e a dedicação aos filhos e ao marido. “Embora não seja fácil, é satisfatório”, resume a servidora, lembrando que já sofreu preconceitos pelo fato de ser mulher ao iniciar no mercado de trabalho aos 19 anos, mas acredita que todas devem seguir seus objetivos profissionais e não fazer das dificuldades, desculpas.

As mulheres também somam 46 em todo o Judiciário Estadual. Tânia Garcia de Freitas Borges e Marilza Lúcia Fortes fazem parte desse time no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul; elas ostentam o status de serem as únicas desembargadoras entre os homens no órgão.

Tânia Garcia assumiu a promotoria de Porto Murtinho, ainda na década de 80, quando o acesso à cidade era difícil devido à estrada de chão. Assim, como as outras trabalhadoras, ela é mãe, avó, esposa e uma profissional de muita garra e dinamismo para enfrentar os desafios do dia-a-dia. Ela teve filho enquanto cursava a faculdade, e perdeu o primeiro esposo ainda com os filhos pequenos.

De acordo com a desembargadora, o mercado é muito competitivo, mas se a mulher se preparar nunca será discriminada. Já Marilza Lúcia Fortes está na magistratura desde 1980, e conta que quando começou a atuar na advocacia sofreu preconceito pelo fato de ser uma das primeiras mulheres a atuar no ramo. “A mulher que trabalha fora é a grande guerreira do dia-a-dia”, conclui.

Da mesma forma, a juíza da 3ª Vara da Fazenda Pública de Campo Grande, Maria Isabel do Matos Rocha, lembra que enfrentou inúmeras dificuldades e, quando ainda advogava, tinha que levar a filha mais velha para o trabalho.

A primeira desembargadora do Estado foi Dagma Paulino dos Reis, aposentada em 1995. Ela começou na advocacia em 1969, e em 1974 tornou-se a 1ª juíza do Estado. Ela diz que nessa época precisou esperar a promoção por antiguidade, pois se fosse por merecimento,“só para os homens”, afirma.




Assessoria de Comunicação - Tribunal de Justiça

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