Geral
"Morde & Assopra" vai manter cena de tremor do Japão
Monte Fuji, Japão. Imagens de um sítio paleontológico em atividade e um acampamento com trabalhadores japoneses carregando fósseis de animais marinhos.
De repente, a terra treme para valer. Todos correm assustados. O acampamento desaba. Uma fenda imensa na terra se abre e começa a engolir tudo ao redor.
Seria mais uma triste imagem do terrível terremoto que atingiu o Japão na semana passada, se não fosse a primeira cena de \"Morde & Assopra\", a nova novela das 19 horas da Globo, que estreia amanhã.
Coincidência ou \"premonição\" --como o autor da novela, Walcyr Carrasco, anunciou--, a cena foi gravada há meses e irá ao ar do jeito que foi concebida, sem a preocupação de se é ou não de mau gosto para o momento atual.
Como em várias novelas da Globo, \"Morde & Assopra\" teve gravações fora do país. Japão foi o destino eleito, já que terá forte influência na história.
Mesmo em se tratando de um momento delicado e de apreensão em todo o mundo, a Globo não vai editar a eventual semelhança entre vida real e folhetim. Diz que novelas não têm compromisso com a realidade e que o terremoto ficcional irá ao ar de maneira bem respeitosa.
\"O Japão é um lugar onde terremotos são constantes, mas numa escala bem menor. Quando escrevi a cena, fiquei até preocupado se teria credibilidade por se tratar de um grande terremoto\", conta Walcyr Carrasco, que fez a festa com a \"coincidência\" na internet. \"De repente, a realidade me venceu\", disse o autor.
Há dez anos, a Globo passou por situação semelhante, em escala menor.
\"O Clone\", de Glória Perez, apostou na cultura muçulmana no momento em que o mundo inteiro tentava entendê-la. A trama estreou três semanas após o ataque às Torres Gêmeas, no EUA.
Além de no Monte Fuji, a Globo gravou por 15 dias em plantações de arroz, templos e restaurantes no Japão.
Entre esses cenários e Marília, interior de São Paulo, desfila \"Morde & Assopra\", que tem como par romântico principal a paleontóloga Júlia (Adriana Esteves) e o fazendeiro Abner (Marcos Pasquim). Em clima de gata e rato, ela procura fósseis de dinossauros nas terras dele.
A trama traz também um núcleo nipônico e um cientista vivido por Mateus Solano. Ao ficar viúvo, ele resolve criar uma androide semelhante à sua esposa.
O humor fica por conta dos clientes de um spa no folhetim, que pode marcar a passagem de Walcyr Carrasco para o seleto time de autores da faixa das 21 horas da rede.
Se audiência e coincidências andarem juntas, a promoção está garantida.