O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, fez ontem em entrevista ao NBr, canal de televisão a cabo da Radiobrás, uma avaliação positiva do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Bastos destacou os gabinetes de ação integrada instalados nos estados e anunciou a contratação de novos agentes para reforçar o trabalho da Polícia Federal.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como está o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)?

Márcio Thomaz Bastos – O Sistema de Segurança Pública é uma integração entre as polícias civil, militar, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Ministério Público, e o poder judiciário. Tudo isso integrado em um instrumento de gestão que se chama Gabinete de Gestão Integrada da Segurança Pública do Estado. Conseguimos a adesão dos 27 governadores.

Hoje os 27 estados estão incluídos no SUSP, realizando um trabalho de cooperação e parceria, onde o dinheiro da Secretaria de Segurança Pública é distribuído de uma maneira articulada. Além disso distribuímos também inteligência e informações.

Ontem apresentamos no Rio um programa chamado terra Crime, que é um software desenvolvido na Secertaria nacional de Segurança Pública para fazer o geoprocessamento do crime. Ou seja, através de superposição de fotografias, de informações, será possível detectar as zonas onde há mais homicídios, furtos, roubos, enfim todo tipo de crime aonde a polícia, ao invés de chegar depois, pode chegar antes e preveni-lo.

O SUSP já está implantado em todo o Brasil e agora nós estamos trabalhando na segunda etapa, que é colocar os gabinetes de gestão integrada em funcionamento. Nesses gabinetes tudo é decidido por consenso. Existem metas a serem alcançadas e o grande objetivo é a eficácia da polícia por um lado, e respeito aos direitos humanos por outro.

Outra experiência muito interessante, e que nós estamos testando, é o Gabinete de Gestão Integrada Regional. O primeiro deles foi implantado na região sudeste. Portanto foram integrados em um único gabinete os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Cada Estado designou um representante. Juntos eles estão estudando, fazendo operações de inteligência, de informação e já tem alguns resultados positivos. Um deles foi o monitoramento telefônico em Brasília, que detectou uma operação que não era objeto daquela investigação.

Isso foi passado para a Polícia Federal, que continuou a investigação e descobriu que o esquema era realizado em São Paulo. Foi presa uma quadrilha perigosa, fortemente armada, que vinha de Ubatuba, no litoral de São Paulo, para Taubaté, para seqüestrar a família de um gerente do Banco do Brasil e fazer um assalto ao banco. Então essa troca de parceria e cooperação é o objetivo do Sistema Único de Segurança pública. Nós estamos muito satisfeitos e acreditamos que essa é uma experiência que já está vitoriosa em definitivo.