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Marcos Valério garante que Dirceu sabia dos empréstimos

Maria Clarice Dias e Antonio Barros - Agência Câmara - 10 de agosto de 2005 - 07:00

O empresário Marcos Valério de Souza, denunciado como o operador do suposto "mensalão" pago a parlamentares para votar projetos de interesse do Executivo, disse hoje que o ex-ministro-chefe da Casa Civil e atual deputado José Dirceu (PT-SP) sabia dos empréstimos de R$ 55 milhões feitos pelo PT por meio de suas agências publicitárias. Marcos Valério disse ainda que os bancos que emprestaram os R$ 55 milhões também sabiam que os valores se destinavam ao PT.
Ele afirmou, reiteradas vezes, que jamais ouviu falar em "mensalão". O dinheiro, segundo ele, destina-se apenas a saldar compromissos financeiros de deputados endividados por campanhas eleitorais. Valério disse que a essência da operação de empréstimos a partido político no atual governo é similar à do governo passado.

Aval de Dirceu
O empresário disse que se sentiu "tranqüilo" em relação à dívida que havia contraído para o PT com os bancos Rural e BMG porque havia um "aval superior". "Esse aval do Dirceu não foi dado a mim pessoalmente, mas confirmado várias vezes pelo senhor Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT)", esclareceu.
Além disso, disse ele, o PT estava arrecadando cerca de R$ 50 milhões anuais e tinha a perspectiva de aumentar o caixa porque mais petistas assumiriam cargos nos altos escalões do governo federal. O empresário disse não saber se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento dos empréstimos ao PT. Marcos Valério também negou que tenha contribuído para pagar as despesas da posse do presidente Lula.
Ele negou a informação dada à imprensa pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que integrantes do Poder Executivo (ministros e assessores) também teriam se beneficiado de dinheiro das contas de suas empresas. "Nunca dei nenhum centavo a nenhum ministro e a nenhum presidente da República. Não adianta o deputado Roberto Jefferson construir história", disse.

Rancor
Marcos Valério informou que vai entrar com ação na Justiça para manter os contratos cancelados pelo Governo Federal, uma vez que, segundo o empresário, os contratos eram legais, amparados pela Lei de Licitações. Valério disse que se sentiu usado por toda a cúpula do PT — Delúbio Soares, Marcelo Sereno, Jose Genoino e José Dirceu, que foram citados nominalmente.
O empresário disse que teve a vida destruída por Delúbio Soares e por José Dirceu, a quem considera hoje um inimigo. Ele informou que foi obrigado a demitir todos os funcionários de suas empresas de publicidade e que teve suspensos todos os seus contratos com o governo federal.

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