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Manoel Afonso - Eleições: só não vale perder

Manoel Afonso - 14 de janeiro de 2008 - 07:00

“O importante não é ganhar, mas competir”! Essa frase do frances “Barão de Coubertin” na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em 1908 ficou famosa. Até parece que antevia a parcialidade dos árbitros – todos ingleses - em prol dos anfitriões, campeões do evento pela primeira e única vez .
Mas esse papo ingênuo de que a importância da vitória é relativa não cola por ser incompatível com a natureza humana. Desde os tempos da caverna o homem compete para vencer. No caso era pela conquista e posse de algum tipo de alimento em nome da sobrevivência.
Nas eleições o candidato precisa estar preparado para o que der e vier! Não tem essa de “ apenas adquirir experiência” ou algo parecido. Quando sua foto é impressa no cartaz, não tem volta! Tem que se rebolar para não dar vexame e aí a “consulta ao espelho” é inevitável: “serei mais feio que os outros? Serei pior que eles”?
Não se ganha eleição sozinho. Simpatia, postura, roupas e voz fazem a diferença, mas não é tudo. Sem a mão do poder econômico, da força partidária, da participação dos caciques e dos frutos dos conchavos é quase impossível. Além do mais é preciso não errar ao longo da campanha. Uma boa assessoria evita derrapões, equívocos e bobagens que podem colocar tudo a perder.
Para aguçar a memória do amigo leitor: Brizola ia ganhando aquela eleição, mas foi infeliz ao responder deselegantemente a uma repórter em Campo Grande sobre o episódio de sua fuga para o Uruguai. Recentemente foi Ciro Gomes, líder nas pesquisas, mas que numa entrevista falou mal da própria companheira (Patrícia Pilar) menosprezando sua importância em seu projeto político e campanha eleitoral. E deu no que deu! Ambos pagaram com a derrota.
E não se pode ignorar: as eleições – mesmo nas pequenas cidades – acabaram se tornando um espetáculo midiático. As emissoras de rádio estão presentes em todas elas, exigindo candidatos articulados que sejam capazes de provocar empatia com a população de um modo geral. Além de seu programa administrativo, o candidato deve abordar com naturalidade e sabedoria os mais diferentes temas sociais da atualidade. Como não falar de sexo, esportes, emprego, velhice, cultura, família, violência e dignidade?
E para arrematar o lembrete: para nós humanos e vaidosos qualquer candidatura está ligada diretamente à honra. Para se evitar a derrota tenta-se de tudo e vende-se tudo. O pior: as dívidas! Às vezes impagáveis quando a vitória não é possível. Portanto, antes de se aventurar nas urnas deste outubro, é muito bom refletir sobre tudo isso. A distância entre o sonho e o pesadelo é curtíssima!

Manoel Afonso
[email protected]




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