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Líder indígena pode virar herói da Pátria

Agência Câmara - 28 de julho de 2005 - 08:24

O nome do líder indígena missioneiro José Tiaraju - ou Sepé Tiaraju - poderá entrar no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, na praça dos Três Poderes, em Brasília, se o Congresso aprovar o Projeto de Lei 5516/05, do deputado Marco Maia (PT-RS). Sepé Tiaraju morreu em combate quando lutava pela liberdade do povo guarani.
Foi na época das missões jesuíticas no Rio Grande do Sul, no século 18. Em 1979, mais de dois séculos depois, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) tombou as Ruínas de São Miguel Arcanjo como Patrimônio da Humanidade.

Vida
Sepé Tiaraju era prefeito da Redução de São Miguel, eleito pelos concidadãos índios guaranis, quando da assinatura do Tratado de Madri, em 1750. Por esse tratado, os reis de Portugal e Espanha trocavam os Sete Povos das Missões pela Colônia do Sacramento, obrigando 50 mil índios cristãos a abandonarem a terra de seus ancestrais, onde criavam dois milhões de cabeças de gado.
Revoltado com o acordo, Sepé Tiaraju liderou a resistência dos índios guaranis, pronunciando a famosa frase, exaltada no Rio Grande do Sul em prosa e verso: "Esta terra tem dono!". Ele tombou em combate em 7 de fevereiro de 1756, enfrentando tropas portuguesas e espanholas em Batovi, hoje cidade de São Gabriel.
Três dias depois, cerca de 1,5 mil índios foram mortos na batalha do Caiboaté. Em poucos meses, nada mais existia do sonho missioneiro cristão. Porém, o povo do Rio Grande do Sul, por conta própria, canonizou o herói guarani como São Sepé. O nome é dado ao rio à margem do qual passou sua última noite e à atual cidade de São Sepé.

Tramitação
O projeto pode ser aprovado em caráter conclusivo, sem passar pelo Plenário. Ele será avaliado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição - Noéli Nobre

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