Geral
Leia Amplavisão, por Manoel Afonso
A DOENÇA de Lula domina o noticiário e estimula o debate sobre os danos que o político sofre pelo seu estilo de vida. Citam Covas, Quércia, Itamar, Artuzi, Kirchener e Chavez, vitimas do ambiente estressante da política.
A PRESSÃO do eleitorado, de adversários e da opinião pública é cruel. Não respeita circunstâncias, nem idade. Exige resultados, custo o que custar. É como a família do detento cobrando sem trégua sua liberdade ao advogado.
EXCEÇÕES existem: Sarney está aí firme e forte. Já enterrou vários presidentes, senadores e governadores ao longo dos 50 anos de sua trajetória. Uns dizem que seria a genética (invertebrado), outros creditam ao seu estilo manso.
COMPAIXÃO Ela acaba beneficiando o político com problemas de saúde. Mesmo que ele não seja demagogo para tirar proveito, o eleitor faz do voto uma espécie de compensação pelo sofrimento. É o chamado voto passional.
ESPERA-SE que Lula saia inteiro dessa provação, tornando-o mais humilde, menos presunçoso, mais conciliador, menos rancoroso e complexado pelo seu baixo nível escolar. Que fale menos e ouça mais os sábios, principalmente.
CONSELHO aos candidatos a prefeito da capital. Conhecer as regiões e bairros é importante numa campanha eleitoral. Melhor ainda é ter intimidade com seus problemas e lideranças que tenham credibilidade na comunidade.
FIASCO Imagine num debate de TV se o candidato não souber identificar a localização de um bairro! Aliás, naquela eleição de 2.000, soube-se depois que o grande temor de Ben Hur é que André o questionasse sobre bairros e ruas.
CAIXA Uma candidatura não é feita apenas de propostas e discursos com promessas atraentes. Sem dinheiro para montar uma estrutura, a campanha morre no canteiro da Afonso Pena sem fôlego para chegar ao Calçadão da Barão.
PROJEÇÕES Os filósofos do saguão da Assembléia estimam que o custo de uma campanha prefeitural em Campo Grande seja de 40 milhões de reais. Já a candidatura a vereança com chances, custaria 1 milhão de reais.
TUDO IGUAL! Um pré-candidato a prefeito do interior desabafou-me: é ingenuidade supor que o eleitor mudou de postura. Pelo contrário: os casos de corrupção aguçaram o apetite para levar algum tipo de vantagem financeira.
A ORDEM é retardar a confirmação de candidaturas para aliviar o bolso. Nesta época, por exemplo, o que não faltam são convites e pedidos de formandos. Patrocinar esse tipo de evento dá visibilidade, mas o custo é alto. Sacou?
O ELEITORADO estaria assim dividido: 50% tem posição definida, vota de forma consciente; 30% quer primeiro aferir as propostas e desempenho dos candidatos; 20% vota apenas em troca de vantagens/conveniência pessoal.
INOVANDO Os candidatos que se preparem: A vedete das mordidas será a multa de trânsito, seguida pelo IPTU, prestação da casa própria e licenciamento de veículo. Depois do Bolsa Família, o sacolão deixou de ser prioridade.
LEITOR-1 sugere ao prefeito Nelsinho: Elimine a Fonte Luminosa da Praça Ary Coelho, construa calçadas e passarelas nos canteiros da A. Pena, colocando bancos para humanizar o ambiente. Não custa muito e embeleza.
LEITOR-2 Então fica assim. Troca-se o ministro/ a grana surrupiada pelas ONGs não volta...e onde fica a
responsabilidade de quem ordenou as despesas?...comunistas se dão bem com petistas e dinheiro...Dilma inocenta ex-ministro.
DEPOIS os políticos reclamam da imagem ruim. Está na bica para ser colocado em votação o projeto que anistia os mensaleiros Zé Dirceu, Pedro Amorim e Roberto Jefferson. Aprovado, voltariam a disputar eleições em 2014.
MAU EXEMPLO O mais grave é que a orquestração deste projeto está à cargo do deputado mensaleiro João Paulo, que ainda é réu no STF. Não é preciso ter bola de cristal para prever que o projeto será aprovado. Sacou?
A DOENÇA fez Dilma esquecer da tal faxina. Pensando bem: como pregar a varredura geral com tanta gente complicada ao seu lado. Sarney, Renan, Collor, Romero Juca e João Paulo encabeçam essa lista de notáveis.
MANDA quem pode, obedece quem tem juízo. Prevaleceu a vontade de Lula e Marta recuou da candidatura à prefeitura paulista, cedendo a vez para Fernando Haddad. Ela deverá ser recompensada com um ministério. Aguardem.
A TESE de que a candidatura de Haddad implicaria na desistência de Serra procede. O eleitorado de Marta é visível e definido; já o potencial de Haddad é desconhecido e pode surpreender em crescimento. Uma sinuca de bico.
RESUMINDO: as divergências entre os tucanos, o surgimento do PSD com nomes para disputar - e a postura do PMDB, agora sob comando de Temer, alteraram o quadro. Fernando Haddad seria o novo, sem a cara do PT.
PONTO FINAL Nossas fronteiras continuam desguarnecidas atraindo o pessoal do tráfico. E onde está aquela prometida mudança, com mais gente e melhor estrutura para a Polícia Federal e a PRF? Palavras...apenas palavras.
Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa. (Guimarães Rosa)
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