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Juros são a principal causa do aumento da dívida

Daniel Lima / ABr - 17 de março de 2004 - 14:31

Os juros, mais uma vez, foram os principais responsáveis pelo aumento da Dívida Pública Mobiliária (em papéis) Federal interna – DPMFi – que só em fevereiro aumentou 0,78% em relação a janeiro, passando para R$ 743,1 bilhões.

Para compensar a apropriação de juros, foram resgatados títulos, no valor de R$ 1,6 bilhão, acima das emissões. Ajudou também a valorização do real frente ao dólar no mês de 0,92%, com impacto de R$ 700 milhões sobre o volume total da dívida.

A participação de títulos prefixados na DPMFi, em fevereiro, a maior desde março de 2001, elevou-se para 13,59%, ante a 12,57% do mês anterior em decorrência da emissão líquida de R$ 7,1 bilhões.

“Fevereiro foi um mês de maior volatilidade, mas como era de baixo vencimento para o Tesouro Nacional, com R$ 9 bilhões vencendo, não tivemos muito problemas”, afirmou Paulo Valle, coordenador da Dívida Pública, ao ser questionado sobre o cenário político.

A dívida atualizada pela taxa de câmbio, sem levar em conta as operações de swap, diminuiu para 10,2%, ante a 10,8% em janeiro. Com as operações de swap, a parcela da dívida com exposição ao câmbio registrou queda de 21% para 19%.

A exposição cambial caiu em R$ 13,7 bilhões, em decorrência, principalmente, do resgate líquido de R$ 12,3 bilhões em títulos e swaps cambiais e do efeito da valorização do real, de R$ 1,2 bilhão.

A dívida cambial e as operações de swap, que venceram no mês, não foram roladas pelo Banco Central. Na verdade, este ano ainda não houve rolagem da dívida atrelada a moeda estrangeira. Houve, apenas resgates, em um volume total de US$ 10,3 bilhões, o que tem efeitos na composição da dívida corrigida pelo câmbio.

“Temos a clara intenção de reduzir a dívida cambial. A gente começou, no ano passado, acima de 36% da dívida em câmbio e hoje considerando as operações do Banco Central estamos com 19%. E considerando-se os títulos públicos, estamos com 10% do total da dívida interna”, disse Paulo Valle.

Ele explicou também que quanto menor for a exposição da dívida à taxas flutuantes (seja dólar, seja taxa de juros), menor é o risco para o administrador da dívida. “Por isso, o Tesouro busca a dívida toda em prefixados e, a parte de mais longo prazo, em índices de preço”, defende o coordenador.

Em fevereiro, os resgates de títulos públicos federais chegaram a R$ 11,9 bilhões, sendo R$ 9,7 bilhões referentes aos vencimentos do próprio mês e R$ 2,3 bilhões referentes a operações de compra e troca de títulos.

O Tesouro Nacional realizou resgates antecipados de Notas do Tesouro Nacional – séries B e C e Letras do Tesouro Nacional, para propiciar maior liquidez aos títulos atualizados por índices de preços de médio e longo prazos e desconcentrar o primeiro vencimento de títulos prefixados.

A emissão de títulos, incluídas as trocas, totalizou R$ 10,3 bilhões, dos quais 78% em prefixados e 19% remunerados por índices de preços (inflação). A única colocação de Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT), papéis pós fixados, ocorreu em leilão de troca, quando foram emitidos R$ 269,1 milhões, com vencimento em 2009 (o pagamento foi com papéis com vencimento em maio de 2004).

Do total de R$ 8 bilhões emitidos em prefixados, as LTN, com prazo em janeiro e junho de 2005, somaram R$ 7,8 bilhões, e as NTN-F (Notas do Tesouro Nacional, série F), de vencimento em 1/1/2008, R$ 278,4 milhões.

Segundo os técnicos do Tesouro Nacional e do Banco Central, o percentual de prefixados já se encontra compatível com o objetivo traçado para 2004 no Plano Anual de Financiamento do Tesouro Nacional (PAF).

As instituições nacionais foram as maiores compradoras de títulos públicos, com participação de 77,9% no total emitido. O prazo médio das emissões ficou em 24,1 meses. Já o prazo médio do estoque da DPMFi registrou queda para 30,7 meses, contra 31,3 no mês de janeiro.

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