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Julgamento de acusados de matar líder Guarani-Kaiowá é suspenso

Daniel Mello, Agência Brasil - 04 de maio de 2010 - 19:40

São Paulo - Foi suspenso no fim da tarde de hoje (4) o julgamento dos três acusados de matar o cacique Guarani-Kaiowá Marcos Veron. Ainda não há previsão de uma nova data para o juri. A juíza federal Paula Mantovani Avelino interrompeu a sessão após os procurador responsável pela acusação, Vladimir Aras, se retirar do juri.



Aras havia requisitado que as testemunhas indígenas fossem ouvidas por meio de um tradutor, mas a juíza não aceitou o pedido. Segundo o procurador, ele se retirou do plenário em forma de protesto, já que existe uma questão de fundo no juri que é a afirmação dos direitos indígenas. “A gente luta não só pela condenação dos acusados, mas também pela afirmação dos valores culturais indígenas”, ressaltou.



O julgamento começou ontem (3), sem a presença dos réus Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde. Em função da ausência, os interrogatórios não puderam ser feitos. De acordo com o advogado de defesa, Josephino Ujacow, os reús alegaram falta de recursos para o deslocamento de Mato Grosso do Sul, onde residem, até a capital paulista, onde o julgamento está sendo realizado.



O juri foi transferido para São Paulo porque a Justiça Federal aceitou o argumento do Ministério Público Federal (MPF) de que o julgamento no estado onde ocorreu o crime não teria a isenção necessária, em função do preconceito na sociedade local contra os índios e ao grande poder de influência dos fazendiros.



O assassinato do líder indígena ocorreu em janeiro de 2003, em Juti (MS). Veron teria sido morto com golpes na cabeça pelos seguranças da Fazenda Brasília do Sul, durante uma série de ataques para expulsar um grupo de índios que estava acampado no local. Os indígenas reivindicam a área da fazenda como parte da Terra Indígena Takuara.





Edição: Aécio Amado



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