Vários produtores de Mato Grosso do Sul já desistiram de esperar pela concretização da promessa do governo, de que iria prorrogar parcelas da dívida de junho, julho e agosto e estão liquidando as pendências para poderem acessar o crédito para custeio da safra 2005/06 junto ao Banco do Brasil.
Até o dia 15 de agosto, a inadimplência em relação aos R$ 758 milhões em recursos controlados emprestados para a safra 2004/05 era de 11,5% e hoje já está na casa dos 5,15%, ou seja, aproximadamente R$ 39 milhões. De 10.848 contratos firmados para a safra colhida este ano, 3,6 mil foram prorrogados em função da estiagem, o volume de prorrogações em cidades que decretaram estado de emergência é de R$ 350 milhões.
Outros 439 estão com pendências no Banco do Brasil. São produtores que esperavam a concretização da rolagem das parcelas para março e abril do próximo ano, em função de problemas enfrentados para comercialização. Embora os ministros de Agricultura, Roberto Rodrigues e Fazenda, Antônio Palocci, tenham fechado a prorrogação em reunião no último dia 17, o CMN (Conselho Monetário Nacional) só deve referendar a decisão em reunião após a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
O problema é que enquanto isso produtores que não pagaram parcelas de junho e julho são considerados inadimplentes e não podem tomar recursos para o custeio da safra 2005/06 e o tempo de tomada de decisões está se esgotando.
O Banco do Brasil iniciou no dia 15 de julho, com mais de um mês de atraso, as liberações de recursos para custeio. Tem R$ 200 milhões para liberar este mês e para toda a safra são esperados R$ 1,2 bilhão.