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IBGE: Agronegócio vai bem, mas produtor rural não

Fabiane Sato - 19 de julho de 2007 - 19:40

Os números da Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram algo que se por um lado é positivo para o setor produtivo por outro assusta o produtor rural sul-mato-grossense. Os dados mostram que a produção cresceu e responde por 6% de tudo que é produzido no País. Para o agricultor, o percentual não progrediu na mesma proporção.

“Temos feito esse alerta desde o fim do ano passado. O agronegócio segue bem, com superávits, mas o produtor vai mal”, explicou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), Ademar Silva Junior, hoje de manhã, quando soube do resultado da pesquisa.

Para ele, dois fatores são os principais problemas: a oscilação cam! bial e a falta de políticas públicas. “Não são apenas as faltas de políticas públicas do governo Federal, mas também as do Estado e as do Município”, aponta Ademar.

Conforme a pesquisa do IBGE, o Estado é o 7º principal produtor de cereais, leguminosas e oleaginosas do País, respondendo por 6% da produção total. Dentre os municípios sul-mato-grossenses que se destacaram, estão Maracaju (749.796 t), Dourados (630.127 t), Rio Brilhante (486.762 t), Ponta Porã (480.269 t) e São Gabriel do Oeste (445.160 t).

A pesquisa reforça que a queda do dólar nos últimos anos diminuiu a margem de lucro dos produtores, principalmente os da região Centro-Oeste, que têm custo maior de frete para exportar. Existe uma diferença grande entre o volume produzido e o valor, em reais, da produção.

O presidente da FAMASUL explica que o produtor rural precisou melhorar seu rendimento e aumentar a pr! odutividade para garantir a sua sobrevivência. “Ele aumentou a produtividade, mas não garantiu mais renda”, afirma Ademar.

Uma das culturas que apresentou forte queda de produção foi o algodão herbáceo. A redução foi de 46,6%. Em âmbito nacional houve redução na produção desta cultura, como conseqüência dos baixos preços alcançados na safra de 2005. Costa Rica e Chapadão do Sul são os mais expressivos produtores de Mato Grosso do Sul.

No trigo a redução de produção foi de 54,7%. Assim como o algodão, no País houve retração. Com a queda do dólar, a importação do trigo argentino, que já é abundante se tornou ainda mais atrativa. Além disso, a produção foi prejudicada por geadas.

O milho do Estado participou com 5,5% do total do nacional produzido, sendo o oitavo estado produtor, com 2.342.619 toneladas do grão. Maracaju, Dourados e Rio Brilhante se destacaram como os maiore! s produtores sul-mato-grossenses.

O Estado, também, é o quinto maior produtor de soja, com 7,9% do total nacional. Ele colheu 1,9 milhão de hectares da oleaginosa, 11,7% a mais que no ano anterior. Segundo o PAM, a soja e o milho foram os responsáveis pelo aumento da produção, em quantidade, no Mato Grosso do Sul.

“Apesar do aumento da expansão da área plantada, o produtor ainda não consegue ter bons lucros porque os custos de produção ainda estão altos. Os insumos, por exemplo, tiveram um aumento significativo. Os produtores possuem muitas dívidas de safras passadas e as parcelas têm que ser pagas”, afirma ainda o assessor de agricultura da FAMASUL, Lucas Galvan.


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